Medo de prisão por furto de R$ 700 mil reais em joias pode ter motivado a morte de policiais

A Polícia Civil deu mais um passo importante nas investigações sobre a “vida bandida” do vigia noturno Ozeias Silveira de Morais, 45 anos, que no dia 9 de junho deste ano matou a tiros os policiais civis Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos em Campo Grande (MS). De acordo reportagem do site Campo Grande News, ele teria praticado, uma semana antes, um furto na casa de um ex-patrão, de onde levou várias joias, avaliadas em R$ 700 mil reais, e depois as colocou à venda pela Internet.

O vigia noturno, quando foi intimado a prestar esclarecimento e escoltado pelos dois policiais civis que acabaram assassinados por ele, era suspeito de ter participado de um assalto a uma joalheria localizada na Avenida Calógeras. Na época, as suspeitas sobre Ozeias de Morais surgiram porque a Polícia encontrou um anúncio de venda de alguns anéis de ouro feito pelo namorado da sobrinha dele, Willian Dias Duarte Comerlato, que foi preso e estava dentro da viatura descaracterizada junto com o vigia noturno e os dois policiais na hora das mortes.

Segundo as investigações, as peças não estavam na lista repassada para a Polícia Civil pelo proprietário da joalheria, mas até então, a informações era de que o autor do crime tinha levado mais joias do que o registrado. No dia 9 de junho, os investigadores chegaram a Willian Comerlato e, como estava com mandado de prisão em aberto, foi detido e contou que fez o anúncio a pedido de Ozeias de Morais.

Em decorrência disso, os policiais civis Antônio da Silva e Jorge dos Santos foram até o vigia noturno, que estava trabalhando como porteiro de condomínio de luxo na Avenida Afonso Pena. Os dois foram convidados a esclarecer a situação e, no caminho para a delegacia, na Vila Sobrinho, Ozeias de Morais sacou o revólver, matou a tiros os dois policiais civis, libertou o namorado da sobrinha e depois fugiu.

Horas mais tarde, já na madrugada do dia 10 de junho, Ozeias de Morais acabou morto por policiais civis após resistir à prisão. Assim, com a morte dos investigadores e também do possível autor do roubo, as equipes de investigação da Polícia Civil precisaram retomar a apuração do crime e descobriram que as joias anunciadas por Willian Comerlato não eram da joalheria, mas sim de uma família tradicional de Campo Grande que tinha sido vítima de furto.

O vigia noturno Ozeias de Morais trabalhou por um tempo para a família, fazia bicos como vigia da residência duas vezes na semana, mas, quando cometeu o crime, já não era mais funcionário. Ele conseguiu entrar na casa depois de arrombar o portão e furtou mais de 25 anéis, além de outras peças de ouro.

As joias roubadas eram raras e, por isso, tinham um alto valor comercial e, apesar da descoberta sobre o crime, ainda não foi possível recuperar as

 peças. Algumas, foram revendidas para um receptador, enquanto outras o próprio Ozeias de Morais, antes de atirar nos policiais, teria enterrado em local não sabido. Com a participação do vigia noturno no roubo à joalheria já descartada, as investigações sobre o crime que aconteceu no dia 21 de maio foram reabertas e o autor, até o momento, não foi identificado.

Para o Poder Público, Ozeias de Morais era um trabalhador sem qualquer registro policial, pois nunca teve o nome envolvido em ocorrências de crimes ou algo do tipo. Tinha arma registrada, um revólver Taurus calibre 38, com capacidade para 5 munições, com o qual matou pelas costas, dentro de viatura sem identificação, os policiais civis Antônio da Silva e Jorge dos Santos.

No entanto, a Polícia Civil sabe que a “ficha limpa” do vigia escondia um criminoso experiente, capaz de roubar e matar a sangue frio. Um dos fios da meada que está sendo perseguido são os carros que ele tinha em seu nome, uma dezena, com avaliação total em torno de R$ 250 mil. O porteiro do condomínio de luxo na Avenida Afonso Pena tinha 10 veículos registrados em seu CPF.  Dois carros eram alvos de cobrança por atraso nas parcelas, em ações de busca e apreensão. Coincidentemente, no dia 9 de junho, mesmo data na qual os policiais morreram, os débitos foram quitados.

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