Marun, se tivesse seguido às ordens do seu chefe André, sairia ileso agora; ensaboa, ensaboa

O deputado cassado Eduardo Cunha foi preso ontem (19) em Brasília (DF), no âmbito da Operação Lava Jato. O pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi emitido pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, na primeira instância.

Agora, a pergunta que não quer calar: o que o deputado federal Carlos Marun (PMDB/MS) vai fazer? Defensor de primeira hora aos gritos e berros, o parlamentar Sul-mato-grossense deve estar se sentido um órfão, afinal, seu sedutor político, foi do céu ao inferno em poucos meses.

Se tivesse seguido o conselho de seu chefe, André Puccinelli, não estaria nessa celeuma agora. “tem que ser bagre ensaboado, Marun”, sempre ensinou o italiano.

Fato é que Marun viu no episódio de Cunha a oportunidade de figurar nos holofotes nacionais, não acreditando no desfecho dessa quarta-feira.

Gritou, berrou, chegou cedo nas comissões para figurar na linha de frente a favor de Cunha.

É, parece que não adiantou, o barco afundou e agora, o que vai dizer aqui em casa?

Em um comunicado enviado à imprensa no meio da tarde, ele disse que não negava que a prisão lhe entristecia e surpreendia porque estava correndo o prazo concedido para apresentação da defesa. “A última vez que falei pessoalmente com o ex-deputado foi no dia 13 de setembro de 2016, um dia após a sua cassação e não estive nem falei com ele ao telefone nos últimos dias, não tendo, portanto, condições de me manifestar a respeito de seu estado de espírito e de suas intenções”, afirmou.

Ele acrescentou ainda que não tem plano de visitá-lo nos próximos dias, até porque teria compromissos agendados no Estado, mas é provável que o faça em dias vindouros se isto for permitido. “Trata-se agora de uma questão exclusivamente jurídica a ser discutida no âmbito do processo, cabendo ao Ministério Público e ao Poder Judiciário sustentarem as razões de seus pleitos e decisões. E à defesa, esgrimir seus argumentos”, declarou por meio de nota.

Para finalizar, o deputado declarou que confia que será respeitado o devido processo legal e que ao fim a justiça será feita. “Espero que as consequências políticas deste fato não sejam superdimensionadas a fim de que não se obstrua a janela de esperança que abrimos para o Brasil ao depor constitucionalmente o Governo corrupto e incompetente que nos aprisionava”, finalizou.