Marquito deixa usuário do transporte coletivo no sol e dá sombra com dinheiro público para o “boleiros”

As prioridades do prefeito Marquito Trad à frente da administração de Campo Grande são mesmo fora do interesse da maioria da população. A mais nova decisão equivocada – para não dizer outra coisa – do alcaide,  é que o digníssimo gestor municipal optou por dotar de infraestrutura um campinho de peladeiros do Bairro Morava Verde, região norte da Capital, apenas um exemplo, ao invés de investir o dinheiro na cobertura dos mais de 1,5 mil pontos de ônibus do transporte coletivo urbano da cidade.

O prefeito Marquito Trad mandou construir estrutura coberta e com banco de reserva de concreto para os jogadores aguardarem a hora de entrarem nas partidas de futebol de fim de semana, bem como arquibancada de concreto para o público que costuma acompanhar os jogos no campinho aos domingos. O próximo passo, conforme a denúncia, será mandar cobrir também a arquibancada para transformar em um pequeno estádio de futebol o espaço, que está localizado atrás do Supermercado Atacadão, da Avenida Cônsul Assaf Trad, e é utilizado apenas uma vez por semana.

Enquanto isso, os usuários do transporte coletivo urbano de Campo Grande têm de sofrer com a falta de cobertura dos pontos de ônibus, que, com a chegada do inverno, que traz frio, vento e chuva, a situação se agrava ainda mais. Quando completou os primeiros 100 dias à frente da Prefeitura, Marquito Trad prometeu, em entrevista ao vivo no MSTV 1ª Edição, da TV Morena, colocar cobertura em todos os pontos de ônibus em seis meses, mas, faltando dois meses para o fim do prazo estipulado pelo próprio prefeito, o máximo que se conseguiu foi a instalação de coberturas em 20 pontos e isso graças a recursos da concessionária Guaicurus, que explora o serviço de transporte público na cidade.

Segundo o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno, até setembro mais 80 pontos, totalizando 100, estarão cobertos e que mais 500 serão cobertos até o fim do ano. Hoje, de acordo com levantamento da própria Prefeitura, são 3.467 pontos de ônibus em Campo Grande, sendo 1.956 cobertos e 1.511 sem cobertura. Caso sejam mesmo cobertos 600 pontos, ainda ficarão faltando 911 pontos para serem cobertos, lembrando que a maioria desses pontos tem apenas um pedaço de madeira colocado na calçada, pintados de laranja, azul ou branco e escrito “ônibus” com tinta preta ou branca.

Além disso, dentre os 1.956 pontos cobertos, a maioria também não tem mais bancos e os moradores têm de improvisar com pedados de pau ou até troncos de árvores. Nos bairros, para quem não sabe, a espera pelo ônibus passar chega a durar até uma hora e o usuário tem de ficar em pé sob o sol ou sob a chuva. Apesar disso, a preocupação do prefeito é cobrir banco de reserva de campinhos de futebol para peladeiros jogarem uma vez por semana, deixando milhares de usuários do transporte público a ver navios, ou melhor, a ver chuva e sol.

É a velha máxima da política do “Panem et circenses”, que foi desenvolvida durante a República Romana e o Império Romano e que significava “pão e jogos circenses”. Essa política tinha sido criada como uma medida de manipulação de massas, em que a aristocracia incentivava a plebe de certa forma a ficar desinteressada em política e dar atenção somente aos prazeres, como a comida, através do pão, e ao divertimento, retratado pelo circo.

Agora, a história se repete em Campo Grande, onde o prefeito prefere dá à população “pão e circo” ao invés de administrar pelo bem comum.