Mais uma vez MS é destaque no Fantástico por corrupção e agora quem aparece? O “capô”!

O Programa Fantástico, da Rede Globo, tem sido um tormento para a classe política e empresarial de Mato Grosso do Sul. Desde o início das denúncias envolvendo políticos do Estado, as noites de domingo têm virado um pesadelo para algumas cabeças coroadas sul-mato-grossense.

A última bola da vez é o ex-governador André Puccinelli (PMDB), que, conforme reportagem exibida ontem (03), teria, juntamente com o senador José Serra (PSDB), negociado o pagamento de propinas a petistas para derrubar objeção técnica do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para conceder empréstimo ao grupo J & F Investimento para a construção da fábrica de celulose Eldorado, em Três Lagoas (MS).

A denúncia consta de novos documentos entregues pelos donos da JBS ao MPF (Ministério Público Federal), conforme reportagem da Globo News e do Fantástico, da TV Globo. De acordo com o empresário Joesley Batista, o presidente do banco, Luciano Coutinho, não considerava viável a concessão do financiamento e resistiu ao máximo. Para fazê-lo mudar de opinião e autorizar o empréstimo, entre 2009 e 2010, ele recorreu a políticos governistas e da oposição.

Conforme o Fantástico, da TV Globo, a JBS pagou propina para convencer o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário de finanças do PT, João Vaccari Neto, para pressionar o BNDES a mudar o entendimento sobre o risco do negócio.

Ele contou ainda que pediu ajuda do candidato a presidente da República em 2010, José Serra, que o recebeu em um encontro noturno, após às 23h, para discutir o assunto. O tucano ligou para Coutinho e tentou convencê-lo da importância do negócio.

O ex-ministro da Fazenda, Antônio Pallocci, então um dos principais coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT), foi procurado e tentou convencer Coutinho.

Joesley ainda pediu o apoio do então governador André Puccinelli, que foi o último a interceder junto ao BNDES antes da liberação do empréstimo. Neste caso específico, o peemedebista não recebeu propina.

No entanto, conforme a delação premiada da JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-governador foi beneficiado com R$ 112 milhões em propinas,que teriam sido pagas por meio de notas frias, doleiros e dinheiro em espécie.

A indústria de papel e celulose, uma das maiores do mundo, foi inaugurada em 2012. No sábado, a JBS anunciou a venda da Eldorado Celulose por R$ 15 bilhões a Paper Excellence, da família Widjaja, dona da Asia Pulp And Paper, uma gigante de celulose no mundo. Mantega rebateu a denúncia. Puccinelli estava viajando e não se manifestou sobre a denúncia, conforme nota da TV Globo.