Mais um: Tenente da PM do Estado e seu filho são presos com pasta base de cocaína em São Paulo

A quantidade de policiais militares de Mato Grosso do Sul que trocaram a vida honesta pela bandidagem não para de aumentar em escala assustadora. Agora, o mais recente policial militar que foi para o “lado negro da força” é o 1º tenente PM João Francisco Damião, que já está na reserva desde 2008 e é morador de Douradina (MS).

João Francisco Damião e o filho dele, Jairo Francisco Damião, foram presos, nesta quarta-feira (10), pela equipe da TOR (Tático Ostensivo Rodoviário) da PM do Estado de São Paulo com 152 quilos de pasta base de cocaína. A prisão em flagrante de pai e filho aconteceu durante fiscalização de combate a ilícitos penais no quilômetro 74 da Rodovia Castelo Branco (SP-280), no município de Itu (SP).

A dupla conduzia a caminhonete Dodge RAM, placa NSA-0148, de Douradina (MS), que transportava a droga escondida em um fundo falso na carroceria. Ao fazer a vistoria no veículo, os policiais militares de São Paulo verificaram que os parafusos da capa plástica da caçamba estavam aparentemente alterados, levantando suspeitas.

Em entrevista aos dois homens que ocupavam a caminhonete, ambos apresentaram grande nervosismo e alegações desconexas acerca da viagem. Dessa forma, foi feita uma vistoria minuciosa na caçamba e, por meio de um orifício na lataria, foi localizado grande quantidade de drogas, aparentando ser pasta base de cocaína.

Uma criança de 5 anos de idade, que seria neta do 1º tenente PM João Francisco Damião, também seguia no veículo. A ocorrência foi encaminhada para sede da Polícia Federal em Sorocaba (SP), onde o veículo foi cortado para a retirada da droga pela equipe do Corpo de Bombeiros. Ao todo foram retirados da Dodge RAM 152 tabletes, totalizando 152 quilos de pasta base de cocaína.

O 1º tenente PM João Francisco Damião é padrasto de Sudalene Alves, viúva de Cláudio Rodrigues de Oliveira, mais conhecido como “Meia Água”, que foi morto a tiros na porta da residência no dia 18 de setembro de 2015 em Jandira (SP). De acordo com a Polícia Civil do município, não há informação precisa de quantos tiros atingiram o ex-presidente do Diretório Municipal do PCdoB de Ponta Porã (MS).

Cláudio era morador da cidade, de onde se mudou após ser acusado de mandar matar o jornalista Paulo Rocaro no dia 12 de fevereiro de 2012. A Polícia Civil de Ponta Porã apontou “Meia Água” como responsável pela morte do jornalista, que foi executado a tiros por dois rapazes que estavam em uma motocicleta.

Segundo declaração da Polícia, o crime foi motivado por disputas políticas e o caso foi solucionado em maio de 2012, sendo que, além de “Meia Água”, Luciano Rodrigues de Souza e Hugo Stancatti Ferreira da Silva foram indiciados por homicídio duplamente qualificado. Ele também foi apontado pela Polícia como envolvido na morte de Daniel Alvarez Georges, de 42 anos, filho do empresário Fahd Jamil.

Daniel desapareceu em 3 de maio de 2010, poucos dias depois de deixar um presídio no interior de São Paulo, onde foi preso pelo Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos de São Paulo). Daniel chegou a ser visto na companhia de “Meia Água” em Campo Grande e ele confirmou que não tinha qualquer envolvimento com o desaparecimento do filho de Fahd Jamil, mas ficou preso temporariamente.