Mais de 400 clientes de Messer na mira da Justiça do Brasil e do Paraguai e pode ter gente de MS

No total, existem 429 contas que estão sujeitas a investigação no caso Lavo Jato, um dos maiores casos de corrupção na América Latina. Na lista de clientes do Banco Evergreen (EVG), controlada pelo doleiro brasileiro Dario Messer até meados de 2013, em Antígua e Barbuda, incluem empresários, políticos e nomes relacionados envolvidos em casos de corrupção, tanto no Brasil, quanto no Paraguai.

Entre as contas aparecem 119 offshores e 145 pessoas físicas. Empresários, atletas,  nomes ligados a políticos, funcionários públicos e personalidades em que pesam casos recentes de corrupção estão entre as contas, relata o jornal brasileiro Estadão. Inclusive há a possibilidade de que Messer e seu grupo de doleiros possam ter operado para clientes de Mato Grosso do Sul.

A lista que investiga o Brasil foi entregue pelos pintores Vinicius Claret, “Juca Bala”, e Claudio Barboza, “Tony”, que trabalhou para a Messer, do Uruguai. Messer, “irmão espiritual” do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, é acusado como o principal articulador do esquema “Operação Mudança” no banco em Antígua, comandado pelo doleiro e que foi usado para lavagem de dinheiro, os promotores no país vizinho.

O Ministério Público Federal do Brasil procura identificar quais clientes do banco estão relacionados a atos de corrupção, que ocultaram seus recursos e aqueles que depositaram dinheiro fora do país legal ou ilegalmente. Os promotores dizem que “muitas contas” foram abertas na instituição “em nome de parentes ou terceiros”. Segundo os pesquisadores, o “banco EVG visava a lavagem de dinheiro através da ocultação de ativos patrimoniais de seus clientes”.

Caçada

Policiais federais estão à procura de 12 doleiros investigados na Operação Câmbio, Desligo, deflagrada no começo deste mês, e com mandados de prisão em aberto, entre os quais o brasileiro Dario Messer, apontado como chefe de um grandioso esquema que movimentou cerca de US$ 1,6 bilhão (R$ 5,3 bilhões). Dos 35 detidos pela PF com base na apuração da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, quatro conseguiram habeas corpus.

São eles: Cláudia Mitiko Ebihara, Roberta Prata, Marcelo Fonseca de Camargo e Daniela Diniz. Fábio Motta/Eestadão Conteúdo Policial conduz homem não identificado durante diligências da Operação Câmbio, Desligo Além de Messer, conhecido pelo codinome “Cagarras”, os foragidos são: Renê Maurício Loeb, Alberto Cezar Lisnovetzky (“Leôncio”), Carlos Alberto Braga de Castro, Wander Bergmann Vianna, Ernesto e Patrícia Matalon, Bella Kayreh Skinazi, Chaaya Moghrabi (“Monza”), laudine Spiero (“Cabral”), Richard Andrew Oterloo e Augusto Rangel Larrabure.

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), a quadrilha reunia os maiores doleiros do Brasil e, entre outros crimes, foi responsável por lavar dinheiro de políticos, como o ex-governador fluminense Sérgio Cabral (MDB). Além disso, o núcleo encabeçado por Messer e pelos delatores Vinicius Claret (“Juca Bala”) e Cláudio Barbosa (“Tony”) –ambos presos no ano passado e e liberados no começo deste mês– fazia uma ponte entre corruptos e corruptores, gerando dinheiro em espécie para pagamento de propina.

A lavagem de dinheiro se dava por meio por meio de sofisticadas operações no mercado paralelo. Segundo procuradores da Lava Jato, o trio Messer, Juca Bala e Tony criou um verdadeiro “banco clandestino”, com direito a sistemas informatizados que registravam todas as movimentações e permitiam que os clientes tivessem uma espécie de “conta corrente”.