Laudo psiquiátrico diz que Name teria doença mental e seu retorno a MS está próximo

Os dias do empresário campo-grandense Jamil Name, 83 anos, no Presídio Federal de Mossoró (RN) estão contados e o retorno dele para o Sistema Penitenciário Estadual está mais próximo depois que laudo psiquiátrico apresentado pela defesa constatou doença mental crônica e incurável no suposto chefe de milícia armada responsável por inúmeras execuções em Campo Grande (MS).

Preso há um ano e dois dias pela “Operação Omertà”, Jamil Name está no presídio federal do Rio Grande do Norte desde 12 de outubro do ano passado e, conforme o laudo médico, encontra-se totalmente incapacitado para os atos da vida civil. De acordo com o site Campo Grande News, o psiquiatra Ernani Pinheiro confirmou a versão da família de que octogenário deve ser declarado incapaz.

A família já pediu a interdição judicial dele depois de audiências em que ofereceu propina a magistrados e ameaçou policial integrante das investigações. Com data de 23 de setembro deste ano, o diagnóstico do médico tem base em vídeo-consulta feita no dia 4 de setembro e inclui relatório do setor de psicologia do presídio.

Para o psiquiatra, Jamil Name não está “apenas senil” ou com sintomas decorrentes das questões existenciais diante da situação a que está submetido, mas o, o quadro é de adoecimento mental. Ele teria transtorno bipolar e dependência ativa de benzodiazepínicos, além de diabetes e hipertensão, já relatadas antes.

De acordo com o laudo, o empresário demonstrou não ter consciência de estar doente e tem problemas para dormir e se alimentar. No relatório do setor de psicologia do presídio, a situação do preso também é relatada, com base em atendimento feito no local. Jamil Name tem dificuldades características do envelhecimento, como em sua locomoção, audição e visão. O idoso é traduzido como alguém que se mostra desanimado, mas sem pensamentos suicidas.

O laudo é resposta a pedido do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, responsável por ações derivadas da Omertà em que Jamil Name é réu, por crimes que vão de formação de milícia armada a tráfico de armas. Foi usado, também, para a manifestação dos advogados no pedido de renovação da permanência do preso em Mossoró, em trâmite na 1ª Vara da Execução Penal.

Em documento anterior, juiz federal Walter Nunes Filho, corregedor do presídio no RN afirmou que o prazo de inclusão de Name vence em 5 de outubro, semana que vem. Mas há uma segunda determinação para que o réu continue no sistema prisional federal, em razão de ser considerada perigosa sua volta para Mato Grosso do Sul. O juiz responsável, Mário José Esbalqueiro, ainda não decidiu sobre o destino do preso, o que deve ocorrer nesta semana. Com infos