Justiça do Paraguai descarta arquivar processo sobre execução do jornalista Léo Veras

O Tribunal de Apelação Criminal do Paraguai descarta arquivar, em definitivo, o processo que apura a execução do jornalista brasileiro Lourenço Veras, mais conhecido como “Léo Veras”, ocorrida em fevereiro do ano passado em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS). De acordo com os autos do processo, seis pessoas acabaram denunciadas por associação criminosa e porte ilegal de arma, sendo cinco homens e uma mulher.

No entanto, a investigação sobre o assassinato ainda não foi concluída e o grupo permanece processado apenas por associação criminosa e por estar com as armas apreendidas alguns dias depois da morte. Trata-se de Óscar Duarte, Marcos Aurélio Vernequez Santacruz, Cinthya Raquel Pereira Leite Luiz Fernando Leite, Sansão de Souza e Vinicius de Souza Cardoso, que recorreram e pediram o arquivamento das denúncias, porém, três magistrados ratificaram decisão de maio deste ano e mantiveram o andamento do processo.

Ao menos quatro pessoas teriam participado do homicídio do jornalista, Leo Veras, que estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local, na noite do 12 de fevereiro de 2020. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado para o transporte dos pistoleiros, enquanto outros três realizaram o ataque. Logo ao levar os primeiros tiros, a vítima correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido.

Lá, os criminosos os terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos, sendo que em seguida o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) acompanha o caso e divulgou nota oficial afirmando que não aceitará que o crime fique impune.

  1. As prisões aconteceram após a Abraji divulgar que os tiros que atingiram o jornalista brasileiro foram disparados de uma pistola Glock 9 mm. Essa mesma arma foi utilizada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Todos os crimes estariam relacionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e o exame de balística forense, feito em Assunção (PY), identificou em cartuchos recolhidos na casa de Léo Veras, o mesmo padrão de marca produzido pelo percussor da pistola no instante do disparo, que é uma espécie de impressão digital, única para cada arma.