Justiça da fronteira é cega, surda, muda, e deve libertar os chefões do narcotráfico

As folhas do Poder Judiciário brasileiro e paraguaio podem fazer com que os chefões do narcotráfico na região de fronteira entre os dois países ganhem às ruas em breve, colocando em risco a segurança de uma área já conturbada.

O temor é que a faixa de fronteira seca entre o Brasil e o Paraguai fique igual a fronteira entre o México e os Estados Unidos, onde os traficantes impõem o terror, não temem nem o poderoso FBI e promovem a carnificina sem fim.

Para quem acompanha o noticiário, que divulga quase uma execução por dia no paraíso das compras, formado pelas cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, a situação preocupa.

Na guerra contra o poder do crime organizado, a Polícia Federal se defronta com situações inusitadas, como prender, novamente, um bandido condenado a 60 anos de prisão. Gerson Palermo, 59 anos, sequestrou um avião há 17 anos, foi líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção que surgiu nos presídios paulistas, e estava solto.

Após o “bom comportamento” na prisão, Palermo conseguiu ser beneficiado pela progressão de pena. Um juiz o liberou do regime fechado, enviou para o semiaberto e aberto, apesar de ter sido condenado a 60 anos.

Liberado da cadeia, Palermo voltou a sonhar grande. Ele planejava comprar fazenda na fronteira com a Bolívia, com pista de pouso e decolagem de avião e expandir os negócios, se pode denominar assim o tráfico de cocaína.

Outro que caminha para ganhar as ruas e reinar sem problemas é o narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão, preso desde 2016 em Assunção, capital do Paraguai. Nesta semana, ele foi absolvido pela Justiça do país vizinho e ficou perto de conseguir a liberdade – provavelmente, no fim do ano.

Apontado como sucessor do narcotraficante Fernandinho Beira-mar na fronteira brasileira, Pavão cumpria pena em três suítes no presídio do Paraguai. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato cinematográfico de Jorge Rafaat, em Pedro Juan Caballero.

A absolvição no Paraguai foi a segunda em seis meses. Em novembro do ano passado, o juiz federal Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal em Campo Grande, absolveu o criminoso do crime de lavagem de dinheiro.

Com o aval da Justiça, Jarvis Gimenez Pavão, que sempre nega os crimes, poderá voltar às ruas. Assim como a corrupção, o Brasil vai perdendo, aos poucos, a guerra contra o crime organizada. Se for preciso, que se aprovem também 10 medidas contra o narcotráfico.

É, caro leitor, a situação só piora. (com infos jacare.com.br)