Juiz afastado sob acusação de vender sentença tem mulher condenada por golpe em aposentado

O inferno astral do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, afastado por corrupção da 5ª Vara da Família e Sucessões de Campo Grande e denunciado por venda de sentença, continua. Agora, foi a vez da mulher dele, a advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, ser condenada a três anos e seis meses de reclusão por ter dado golpe de R$ 5,3 milhões em engenheiro aposentado de Petrópolis (RJ).

Segundo informações do site O Jacaré, a juíza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, absolveu Emmanuelle Alves das acusações de falsificação de documento público e organização criminosa, apesar de ter se associado com outros três homens para dar o golpe.

Ela tinha sido presa em julho de 2018 por envolvimento no golpe milionário, mas conseguiu deixar a prisão após obter habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e passar a usar tornozeleira eletrônica.

Após a prisão dos envolvidos no esquema, a advogada devolveu a fortuna sacada com aval do juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Campo Grande. Ele autorizou o saque apesar dos aletas feitos pela defesa do aposentado de que a assinatura e os documentos eram falsos.

Em dois julgamentos, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) acabou livrando o magistrado de responder processo administrativo. De acordo com a sentença, a juíza condenou Ronei de Oliveira Pécora a três anos e três meses de reclusão e Delcinei de Souza Custódio, a um ano e oito meses, enquanto José Geraldo Tadeu de Oliveira foi condenado a sete anos e dez meses.

Na prática, Emmanuelle Alves, Ronei Pécora e Delcinei Custódio vão ter a pena convertida na prestação de serviços à comunidade, porque o tempo é inferior a quatro anos. O único a ser preso para cumprir a sentença deverá ser José Geraldo, que usou o documento falso em nome de João Nascimento para pleitear os R$ 5,3 milhões.

Ele teria dito que vendeu a fazenda em Tangará da Serra (MT) para o aposentado Salvador José Monteiro de Barros, na época com 72 anos.  Emmanuelle se apresentou como advogada do grupo e pediu a execução da promissória na Justiça. O juiz Paulo Afonso de Oliveira autorizou o saque de R$ 5.317.003,95. Cada um tinha papel definido no golpe.

De acordo com a denúncia, a advogada pegou o dinheiro e a dividiu em várias contas para evitar o rastreamento. No entanto, conforme despacho publicado no Diário da Justiça, a magistrada inocentou os quatro das acusações de organização criminosa, o que poderia elevar o tempo de reclusão para mais de quatro anos.

Emmanuelle Alves acabou absolvido também das acusações de falsidade ideológica e da falsificação dos documentos para receber o dinheiro, como título de eleitor, documento de identidade e promissória.

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