Jeito cuiabano de ser! Desfile na passarela expõe crianças para serem escolhida em adoção. Absurdo!

Que há falta de interessados em adotar crianças no Brasil não é segredo para ninguém, mas a partir daí expor esses menores em um desfile para atrair interessados já é um pouco agressivo, não acha?

Pois não é que no Estado vizinho do Mato Grosso a Associação Mato-Grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (AMPARA), em parceria com a Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da OAB/MT (Ordem dos Advogados do Brasil do Mato Grosso), vai realizou, pela segunda vez, no Pantanal Shopping, em Cuiabá (MT), o evento “Adoção na Passarela”.

O encontro tem por objetivo dar visibilidade a crianças e adolescentes de 4 a 17 anos de idade que estão aptas para adoção. A presidente da Comissão de Infância e Juventude da OAB/MT e da Comissão Nacional da Infância, Tatiane de Barros Ramalho, defende a ideia esdrúxula, alegando que o desfile reúne os pretendentes – pessoas que estão aptas a adotar – e as crianças que precisam de adoção.

Para ela, os eventuais pretendentes podem conhecer as crianças, a população em geral poderá ter mais informações sobre adoção e as crianças em si terão um dia diferenciado em que elas irão se produzir, cabelo, roupa e maquiagem para o desfile. Outro argumento usado pela advogada é que, na última edição, dois adolescentes, um de 14 e o outro de 15, foram adotados.

O que os organizadores desse evento não compreendem é que, ao promoverem o desfile, colocam as crianças em evidência para todo tipo de pessoas, principalmente, os “predadores” e “pedófilos”.

 Além disso, ao colocar as crianças em uma passarela na busca de uma aprovação, destrói o emocional desses menores, pois para amar um filho não é preciso admirá-lo fisicamente. Como fica o psicológico dessas crianças? A realização do desfile passa a mensagem de que é preciso ter boa aparência para ser adotado. Isso não está certo.

Visibilidade X Desumanização
As notícias sobre o evento provocaram um debate intenso sobre a desumanização das crianças que desfilaram. O advogado e escritor Eduardo Mahon pediu desculpas à AMPARA e comparou o desfile a uma feira de escravos frequentada por latifundiários em busca de “trabalhadores”, os quais avaliavam pelo porte e pelos dentes.
Nas redes sociais, também não faltaram comparações entre a “Adoção na Passarela” e feiras de adoção de animais, além da repetição da pergunta que nenhum dos responsáveis pelo evento respondeu até o momento: como é o impacto de uma experiência dessas para a criança ou o adolescente que se produz e, depois, não é acolhido por nenhuma família?

Vai vendo!!!