Integrante do grupo terrorista Al-Qaeda pode estar escondido no Brasil e FBI “caça” suspeito no País

A ligação entre as facções criminosas brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) com os grupos islâmicos Hezbollah e Al-Qaeda para ser mais próxima do que se imaginava. Depois que a Revista VEJA revelou que setores de inteligência policial teriam detectado atividades do grupo paramilitar islâmico Hezbollah na região da fronteira entre Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (PY), agora é a vez do FBI divulgar que busca, no Brasil, o egípcio Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim, pois suspeitam que ele tenha participado da organização terrorista Al-Qaeda como “agente e facilitador”.

O governo brasileiro confirmou a informação e disse que Ibrahim vive em situação regular no Brasil, após ingressar no país em 2018. “Ele esteve, supostamente, envolvido no planejamento de ataques contra os Estados Unidos e seus interesses, e no fornecimento de apoio material para Al Qaeda desde, aproximadamente, 2013”, diz o comunicado do FBI.

O órgão norte-americano alerta que o homem “deve ser considerado armado e perigoso” e pede que qualquer informação sobre Ibrahim seja repassada ao escritório do FBI ou da embaixada ou consulado dos EUA mais próximo. No entanto, o governo norte-americano ainda considera o homem como suspeito. O FBI informou que procura o egípcio para interrogá-lo – o alerta ainda não fala em prisão.

Em nota conjunta, os ministros das Relações Exteriores e da Justiça e da Segurança Pública confirmaram que o egípcio entrou no Brasil em 2018 e obteve autorização de residência. Segundo o governo, Ibrahim está em situação migratória regular. “O governo brasileiro está aberto a cooperar com as autoridades norte-americanas no que for solicitado, nos termos de nossa legislação, e está acompanhando o caso”, diz a nota.

Hezbollah

No dia 3 de julho, o Blog do Nélio publicou que nota da coluna Radar da Revista VEJA revelou que setores de inteligência policial teriam detectado atividades do grupo paramilitar islâmico Hezbollah na região da fronteira entre Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (PY). Conforme a publicação, o Governo Federal já teria identificado atividades do Hezbollah em Ponta Porã e na fronteira do Brasil com o Uruguai.

O assunto seria tratado com reservas pelo Palácio do Planalto, porém, o monitoramento seguiria em execução. Foi a segunda referência, em poucos dias, sobre a atuação do Hezbollah em fronteiras brasileiras pela imprensa brasileira. O grupo, de fundamentação xiita e bases no Líbano e Síria, teve sua influência relatada em regiões do Oriente Médio, sendo tratado por autoridades norte-americanas como organização terrorista.

Já uma reportagem da Revista Istoé apontou que um debate em Buenos Aires sobre lavagem de dinheiro, nos últimos dias, abordou a presença de outros grupos terroristas na Tríplice Fronteira (entre Argentina, Brasil e Paraguai), como Estado Islâmico, Al Qaeda e Hamas, todos de origem sunita, mas atribuiu papel principal ao Hezbollah.

A Istoé destaca que a presença do Hezbollah é conhecida, pelo menos, desde 2005, a partir de relações entre o grupo extremista e os cartéis de drogas colombianos. Com o tempo, teria migrado para o sul e se aproximado de facções criminosas brasileiras, como PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho, que lutam por espaços na fronteira Brasil-Paraguai.

A morte do então “Rei da Fronteira” Jorge Rafaat, de origem libanesa, em 2016 – em um ataque nas ruas de Pedro Juan Caballero, que se valeu até de artilharia antiaérea adaptada em um veículo – foi lembrada na reportagem que tratou da relação entre os grupos, assim como o assalto a uma transportadora de valores de Ciudad del Este, no ano seguinte, quando foram levados US$ 12 milhões.

A relação entre o Hezbollah e as facções brasileiras, prossegue a Istoé, teria entre as metas a execução de operações de fachada para lavagem de dinheiro das drogas e cigarros, resultando ainda na abertura de rotas clandestinas na América do Norte, Europa e Ásia.

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