Indústria da multa do prefeito Marquito inventa “selo denúncia” e fecha cerco para arrecadar mais

Depois que o prefeito Marquito Trad indeferiu o pedido para aumentar o preço cobrado para os motoristas estacionarem nas ruas do centro de Campo Grande onde estão instalados os parquímetros, a Flex Park teve de inovar para conseguir aumentar a arrecadação.

Na velha linha da “indústria da multa”, a empresa que explora o serviço de estacionamento regulamentado no centro da cidade decidiu colar adesivos nos parquímetros para alertar os agentes municipais de trânsito para a emissão de multas contra os motoristas que forem flagrados sem inserirem créditos nas máquinas.

Como o Blog do Nélio tinha informado com exclusividade no dia 19 de junho, o Conselho técnico da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Campo Grande (Agereg) aprovou, no dia 19 de julho, reajuste de 20% para a hora de estacionamento na área administrada pela empresa Flex Park. O aumento de R$ 2 para R$ 2,40 pelo crédito de 60 minutos nos parquímetros no centro da cidade foi para o gabinete do prefeito Marquito Trad, que entendeu ser melhor vetar o reajuste.

O valor decidido pela Agereg ficou oito pontos porcentuais superior ao IGP-M dos últimos 24 meses, período em que o estacionamento regulamentado ficou sem aumento. O aumento pleiteado pela empresa era de 90%, o que elevaria o valor da tarifa para R$ 3,80, isso porque, segundo a gerência da empresa, o contrato de concessão feito em 2002 prevê o reajuste anual da tarifa, no entanto, ele não foi feito todos os anos, por isso a concessionária pede que o cálculo seja feito desde o ano de assinatura contratual.

Com 2.096 vagas sob o seu controle, a Flex Park queria cobrar R$ 3,80 a hora pelo serviço porque passou a utilizar um aplicativo que permite visualizar o histórico de utilização do sistema e verificar créditos. O reajuste, conforme foi apurado pelo Blog do Nélio, atende a nova política da empresa, que é administrada por Thiago Domingues Nogueira, sócio-proprietário da Flex Park em Campo Grande e casado com Denise Bigolin, isto é, a Família Bigolin está por trás de mais essa empresa.

Segundo funcionários da Flex Park ouvidos pelo Blog do Nélio, Thiago Nogueira, que é mais conhecido como “Thiago Bigolin”, deu ordens expressas para que os funcionários “arrochem” mesmo os usuários do serviço. Portanto, além do valor aumentado, os funcionários da empresa vão redobrar a vigilância sobre os motoristas para elevar as receitas do patrão.

Como o pleito de reajustar o serviço fracassou, agora Thiago Bigolin partiu para a colagem de adesivos nos parquímetros, lembrando aos agentes municipais de trânsito que a não inserção de crédito resulta em multa ao motorista. Porém, a indústria da multa não para por aí, agora os agentes municipais de trânsito passaram a usar uniformes muito parecidos com os utilizados pela Ciptran (Polícia Militar de Trânsito) para inibir os motoristas.

No entanto,  trata-se de mais um subterfúgio para aumentar a arrecadação, já que, tanto os cofres da Prefeitura, quanto os da Flex Park estão vazios e precisam do seu, do meu, do nosso rico dinheiro ganhado honestamente.

Mais uma vez a assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande não responde aos questionamentos sobre o assunto.