Imol da Capital faz cagada e obriga perícia a exumar corpos de policial e de pistoleiro carbonizados

caminhotene-betãoPela Lei de Murphy, se algo pode dar errado, dará. Pois foi o exatamente o que aconteceu com o trabalho do IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em relação à exumação dos corpos carbonizados do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva, de 36 anos, e de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, de 55 anos, mais conhecido como Betão, que foram encontrados no dia 21 de abril deste ano na carroceria de uma caminhonete Hilux, que estava abandonada perto de um lixão da cidade de Bela Vista (MS), na fronteira com o Paraguai.

Uma barbeiragem da equipe do IMOL obrigou a perícia da Polícia Civil a ter de exumar novamente os corpos de Betão e de Anderson Celin para comprovar ou não que se trata realmente de ambos. De acordo com informações obtidas com exclusividade pelo Blog do Nélio, os peritos do Instituto não conseguiram fazer o exame de DNA simplesmente porque um dos “gênios” colocou todo o material a ser analisado no formol.

O resultado dessa barbeiragem colossal foi a necessidade de fazer a exumação dos corpos para apontar que se trata de Betão e de Anderson Celin. A burrada do IMOL, além de atrasar as investigações da Polícia Civil, também remoeu o emocional dos familiares das vítimas, que tiveram de autorizar a exumação dos corpos. Essa falta de respeitos com os entes queridos também prejudicou seriamente os trabalhos dos agentes da Polícia Civil.

Entenda o caso

Os corpos carbonizados do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva, de 36 anos, e de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, de 55 anos, mais conhecido como Betão, foram encontrados no dia 21 de abril deste ano na carroceria de uma caminhonete Hilux, que estava abandonada perto de um lixão da cidade de Bela Vista (MS), na fronteira com o Paraguai.

Betão estava envolvido em vários crimes com repercussão nacional e que também atuou como pistoleiro de Fernandinho Beira-Mar, um dos maiores traficantes da América Latina. As circunstâncias das mortes dos dois ainda não foram descobertas.

A Hilux estava em nome de Betão e até agora nenhum suspeito pelos crimes foi encontrado. Anderson Celin era policial civil lotado em Campo Grande e morava na cidade. Em 2013, ele foi promovido para investigador da 3ª classe por tempo de serviço.

Betão tinha ficha criminal extensa e, antes de envolver no crime, era servidor estadual, no cargo de agente fazendário. Em 2003, Betão foi acusado de matar policial militar Hudson Ortiz e de tentar matar o irmão dele, o também militar Hudman Ortiz, que ficou paraplégico. Betão acabou se transformando em vítima neste caso e foi absolvido porque o júri entendeu que ele agiu em legítima defesa.

Ex-governador de MT

Betão também foi réu, na Justiça de São Paulo, por envolvimento na morte do empresário Antônio Ribeiro Filho e do geólogo Nicolau Ladislau Erwin Haralyi em 2004. Razão pela qual ficou preso entre 26 de junho de 2008, quando foi flagrado pela PF em Pedro Juan Caballero com um arsenal, e 16 de fevereiro, sendo solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Essas mortes teriam sido encomendadas pelo ex-deputado federal, ex-senador e ex-governador de Mato Grosso, Júlio Campos, que foi formalmente acusado de ser o mandante das mortes. O motivo seria a disputa por terra em Aripuanã (MT). Além de Betão, dois policiais civis e um cabo da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul foram acusados de serem os executores dos dois crimes, ocorridos com intervalo de 15 dias.

O então cabo da PM Nelson Barbosa de Oliveira, na época com 41 anos, foi reconhecido por duas testemunhas como o homem que matou o geólogo, no dia 20 de julho, no Morumbi, em São Paulo. Betão dirigia a picape Hilux usada no crime e foi reconhecido por uma testemunha. Ele ainda não tinha sido julgado por esse crime.

Já os policiais civis Ezaquiel Leite Furtado e Eduardo Minare Higa foram presos pelo assassinato do empresário Ribeiro Filho, ocorrido no Guarujá, em 5 de agosto. Eles se tinham se hospedado no mesmo flat onde estava a vítima e foram presos no Aeroporto de Congonhas horas depois do crime.

Segundo notícias da época, Ribeiro Filho era sócio da empresa Agropastoril Cedrobom e o geólogo foi contratado para fazer estudos na área de 87 mil hectares em Aripuanã, onde há jazidas de diamantes, e de outra área, com 11,7 mil hectares, em Juína (MT).