Ilha de tranquilidade no meio ao caos da fronteira, Shopping China agora é usado para tráfico de coca

Primeiro um ex-policial foi executado no estacionamento, agora uma mulher revela que recebeu uma carga de cocaína no mesmo local. É, o que outra era uma “ilha de tranquilidade” em meio ao caos da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, o Shopping China, localizado em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), entrou de vez na rota do crime organizado.

No dia 25 de junho deste ano, pistoleiros mataram, no estacionamento do Shopping China, o ex-policial paraguaio Milciades Barreto Paredes, conhecido como “Pantera”. Milciades Paredes estava com familiares e, no momento em que deixava o Shopping China, foi perseguido pelos pistoleiros e alvejado com vários tiros de pistola calibre 9 mm.

Outros clientes do shopping entraram em desespero e saíram correndo, temendo serem atingidos pelos tiros, sendo que no momento da execução o movimento era intenso no local. Pantera, que tinha antecedentes por tráfico de drogas e de armas no Brasil, estaria pressionando outros policiais para ser readmitido na Polícia Nacional do Paraguai e, caso contrário, prometia revelar o que sabia sobre o envolvimento dos antigos colegas com o crime organizado.

No último domingo (11), uma guarnição da Guarda Civil Municipal de Fronteira foi acionada pela Polícia Rodoviária Federal, informando que estavam trabalhando em uma ocorrência e, portanto, solicitava apoio no sentido de que uma mulher que estaria no Terminal Rodoviário de Ponta Porã fosse abordada, pois ela estaria de posse de uma mala de cor rosa e embarcaria em um ônibus da Expresso Queiroz com destino à cidade de Dourados (MS).

De posse das informações e características da suspeita, a guarnição compareceu no local e deparou-se com uma mulher identificada como Marlucia Nascimento Santos, 23 anos, natural do município de Itaroró (BA), comprando passagem. Ao ser questionada sobre de quem seria uma mala rosa que estava de posse dela, a mulher confirmou ser de sua propriedade e se justificou dizendo não haver nada de ilegal.

No entanto, durante a revista realizada na referida mala, foi constatado que em seu interior tinha três tabletes repartidos em um quilo de cocaína e dois quilos de pasta base de cocaína. Ao ser questionada sobre o destino da droga, Marlucia Nascimento respondeu que a levaria para Vitória (ES). Diante dos fatos, a autora foi conduzida 1º DP, onde confessou que recebeu a droga no pátio do Shopping China.