Grampo pode complicar a campanha de Marquinhos Trad. Reportagem da Veja revela todo escândalo

Quem diria, o moço tá mudado mesmo. Campanha política transforma as pessoas.

Aquele político arrogante e prepotente deu lugar a um candidato de fala mansa, visual novo e que é capaz até de chorar no programa eleitoral na TV.

Marquinhos Trad, esse mesmo.

Mas nem tudo são flores maquiadas por holofotes e câmeras. Quando a cortina abre para a vida real e o pano cai a verdade é dolorida e tem que ser esclarecedora para o eleitor.

Senão  vejamos:

Claquete e ação!

Uma reportagem da jornalista Laryssa Borges, da Veja.com traz uma relevação bombástica que pode mudar o rumo da campanha em Campo Grande.

Acompanhe abaixo:

marquinhos-grampoO dia era 20 de dezembro de 2013, véspera do julgamento que poderia levar à cassação do primeiro prefeito na história de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Vereadores trocavam uma profusão de mensagens via celular. Marcavam reuniões, comemoraram apoios a favor da perda do mandato de Alcides Bernal (PP) e, sobretudo, discutiam como resolver pendências de “protocolo” ou providenciar “cafezinhos”, senhas, de acordo com os investigadores, para negociar o pagamento de propinas. O objetivo maior era claro: embolsar dinheiro para derrubar Bernal do cargo logo no primeiro ano de mandato à frente da prefeitura.

Uma dessas mensagens telefônicas, a que VEJA teve acesso, mostra o vereador Flávio César Mendes de Oliveira (PSDB) pedindo que o ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB) acione o irmão Marquinhos para “garantir” votos anti-Bernal. Hoje, Marquinhos é o líder nas pesquisas de intenção de votos na capital sul-matogrossense. Seu adversário mais imediato é o próprio Bernal.

O esquema de distribuição de propina e de cargos públicos em troca de votos no processo de cassação foi desmontado em 2015 pela Operação Coffee Break, da Polícia Federal, em clara referência aos “cafezinhos” cobrados pelos vereadores. Nelsinho Trad e Flávio César acabaram denunciados pelo Ministério Público ao lado de políticos coroados, como o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o então vice-prefeito Gilmar Olarte (Pros). Todos negam irregularidades.

Nos grampos obtidos por VEJA, Flávio César envia às 10h04 do dia 20 de dezembro de 2013 mensagem para Nelsinho Trad com pedido direto para que Marquinhos entrasse em campo a fim de garantir mais um voto contra Alcides Bernal. O alvo do assédio de Marquinhos seria o vereador Coringa, nome político usado por Ademar Vieira Junior, do PSD. “Fala pro Marquinhos ligar p Coringa só pra não ter surpresa. Ele disse q ta firme conosco mas e mto vulnerável”, pede o vereador Flávio Cesar. Às 13h15 do mesmo dia, Nelsinho confirma ter conversado com o irmão sobre como cabalar votos contra Bernal. “Marcos Trad vai falar com ele e garante”, escreveu.