Genro de deputada depõe à Marinha sobre morte de pescador. Processo em sigilo pode dar em pizza!

O servidor público Nivaldo Thiago Filho de Souza, lotado na Casa Civil do Governo do Estado e genro da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), prestou, ontem (12), depoimento de três horas de duração à Marinha do Brasil devido ao acidente em que matou o pescador Carlos Américo Duarte, de 59 anos, durante acidente envolvendo duas embarcações no encontro dos rios Aquidauana e Miranda, região conhecida como Touro Morto, no município de Miranda (MS).

O depoimento foi realizado no prédio da União dos Veteranos da Marinha do Brasil, no Bairro Jardim Imá, em Campo Grande (MS), onde Nivaldo de Souza relatou o acidente fatal e, tanto na entrada, quanto na saída do local, ele não conversou com a imprensa. O servidor público conduzia a lancha em alta velocidade e sob efeito de bebida alcoólica, conforme testemunhas, e colidiu com o barco da vítima no último dia 1° de maio durante pescaria no município de Miranda.

O genro da deputada estadual Mara Caseiro chegou ao prédio por volta das 13h20 de ontem e, logo depois, dois agentes da Marinha também chegaram ao local para começar os interrogatórios. Às 14h40, o advogado de defesa, Luiz Felipe Ferreira dos Santos, também chegou. Nivaldo de Souza foi ao local dirigindo uma caminhonete, acompanhado de uma mulher, que estava no banco do passageiro.

Ao deixar o local, o advogado de Nivaldo de Souza disse apenas que acredita ser muito cedo para dar declarações sobre o caso. A defesa confia que a apuração vai comprovar a inocência do condutor da lancha e que a morte foi uma fatalidade. Mais cedo, por volta das 8h30, o filho da vítima, Caê Duarte, também foi ao local e prestou depoimento.

Segundo o advogado do rapaz, Rodrigo de Queiroz Rolim, ele repetiu a versão que já havia apresentado anteriormente. À Polícia, Caê Duarte disse que estava navegando com o pai próximo à margem do Rio Miranda, quando, no encontro com o Rio Aquidauana, a lancha surgiu em alta velocidade no sentido oposto. Eles foram “atropelados” e o pescador morreu no local.

Questionada sobre o depoimento, a Marinha do Brasil não informou o teor e, em nota, informou apenas que não iria se manifestar, “pois o processo ainda está em andamento, e a divulgação pode comprometer” o inquérito.