Galã, acusado de assassinar Rafaat na fronteira, foi fazer tatuagem no RJ e acaba preso pela polícia

A polícia carioca prendeu ontem o fugitivo Elton Leonel Rumich da Silva, mais conhecido como Galã, acusado de ser um dos responsáveis pela execução do também narcotraficante e contrabandista de armas e munições Jorge Rafaat Toumani em Pedro Juan Caballero, fronteira do Paraguai com o Brasil.

Galã, ou Galant, de 34 anos, é indicado pela polícia como um dos principais fornecedores de drogas do Paraguai para as maiores facções criminosas do Brasil, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele também é apontado como um dos chefes do PCC no Brasil e principal nome da facção no Paraguai.

O suspeito foi surpreendido pelos policiais civis quando fazia uma tatuagem em um estúdio em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Aos policiais, Elton apresentou documento falso, entretanto, os agentes já sabiam quem ele era, após ter troca de informações com a Inteligência da Polícia Civil de São Paulo.

Elton é acusado pela polícia de ter participado da execução do chefe da fronteira, Jorge Rafaat Toumani, em junho do ano passado. O objetivo, segundo os investigadores, era assumir parte dos negócios de Rafaat no país vizinho como fornecedor de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai.

Procurado no Brasil e no Paraguai, o suspeito utilizava diversos nomes falsos como: Ronald Benites, Oliver Giovanni da Silva, Elton da Silva Leonel, Gallant, Galan e Pakito. Elton foi autuado em flagrante delito por uso de documento falso e acabou recapturado, já que segundo a polícia era foragido do sistema penitenciário.

Agora, um capítulo importante que envolve mistérios sobre a execução cinematográfica de Rafaat onde foi usado inclusive uma metralhadora .50 usada para abater aeronaves, pode estar prestes a ser esclarecido.

Galã também representa facção que comanda crimes de dentro do presídio. Ainda é cedo e não há informações de que o Paraguai irá pedir sua extradição, uma vez que o crime foi em terras do pais vizinho.

O CRIME

Em 15 de junho de 2016, a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, na fronteira seca com o Brasil, vizinha à brasileira Ponta Porã (MS), assistia a um crime cinematográfico, digno de um “blockbuster” de Hollywood – palavra de origem inglesa que indica um filme feito para multidões -, e que continua sem resposta por parte das autoridades paraguaias e brasileiras sobre quem realmente encomendou o assassinato de um dos maiores chefões da fronteira.

Estamos falando da execução do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, que foi alvejado, de forma espetacular, por uma metralhadora de alto impacto, de calibre .50, usada para derrubar helicópteros e até parar carros de combate, que furou o veículo blindado modelo Hummer, utilizado pelo ex-chefão da fronteira, e o aniquilou imediatamente.

Morria o homem mais poderoso daquela região do Paraguai, que fez fama e fortuna por meio do tráfico de armas e drogas, bem como via contrabando de eletrônicos e perfumarias. Ele era conhecido na cidade paraguaia como um grande empresário, dono de várias lojas de revenda de pneus. Tinha uma mansão protegida por seguranças e fazia todo dia o mesmo percurso entre a casa e o trabalho.

Por que então a Justiça Federal do Brasil não pediu a extradição dele já que Rafaat estava condenado a quase 50 anos de prisão por crimes em território brasileiro? Pelo menos por enquanto essa pergunta está sem resposta. A Justiça se calou em Mato Grosso do Sul e não responde a essa questão. As perguntas sobre esse caso são inúmeras.

Cadê os 100 homens que a polícia paraguaia disse que agiram no crime? Qual o desenrolar das investigações? O que as autoridades brasileiras e sul-mato-grossenses fizeram para melhorar a segurança e proteger a população na fronteira? Quem foi o mandante e custeou o crime? Como essa arma potente chegou a Pedro Juan Caballero? A verdade é uma só. Quando o Estado é fraco a bandidagem toma conta.

Primeira hipótese

Ao descobrir uma estrutura gigante criada pela organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavar somas consideráveis de dinheiro sujo do narcotráfico na região de fronteira, foi apontada como hipótese pela morte de Rafaat que o crime teria sido encomendando pelo brasileiro e foragido Elton Leonel Rumich da Silva, conhecido pelo apelido de “Galã”, que aparece como o chefe da estrutura, que incluía fazendas de criação de bovinos, estações de serviço e vários edifícios em diferentes partes do Paraguai.

Segundo os investigadores, essa estrutura gigantesca foi instalada na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira seca com o Brasil, após o ataque que matou o mafioso Jorge Rafaat Toumani na noite de 15 de junho passado na cidade a tiros de uma metralhadora de calibre .50. Na verdade, Galã foi acusado de ser o mentor intelectual e executor do assassinato de Rafaat, uma vez que esse controlava toda a área de fronteira e não permitia que outros criminosos, tanto do PCC, quanto do Comando Vermelho, ser instalassem na região. Com infos G1