Ex-secretário de Saúde denunciado por ampliar vaga em concurso para beneficiar apadrinhado

Parece que a omissão na gestão da saúde pública não foi a única irregularidade do ex-secretário estadual de Saúde, Nelson Barbosa Tavares, à frente do cargo. Depois que o Blog do Nélio publicou que o ex-titular da Pasta deixou de aplicar R$ 15 milhões em ações de combate à dengue durante a epidemia ocorrida entre 2015 e 2016 e que culminou com o seu pedido de exoneração, agora chegou mais uma denúncia envolvendo o nome dele.

O Blog do Nélio recebeu a informação de que Nelson Barbosa Tavares teria ampliado o número de vagas em concurso público para beneficiar um apadrinhado, que teria ficado em 2º lugar e, portanto, não poderia ser nomeado. A denúncia também foi enviada ao Ministério Público Estadual (MPE), mas, de acordo com o autor das informações, o órgão ainda não conseguiu comprovar a improbidade administrativa que teria sido praticada pelo ex-secretário estadual de Saúde, Nelson Barbosa Tavares.

Conforme a denúncia, no Diário Oficial nº 9.563, de 29 de dezembro de 2017, página 34, foi publicado o Plano Diretor de Sangue do Estado de Mato Grosso do Sul. Seria apenas um relatório para os esperançosos aprovados no concurso da SES (Secretaria Estadual de Saúde), se não fosse o detalhe “Diretriz 11: Convocação dos servidores para suprir o quadro de recursos humanos da Rede Hemosul/MS”, publicada na página 55 do referido Diário, que trouxe uma meta: suprir 100% do déficit de vagas.

A tal diretriz criou enormes esperanças de convocação aos aprovados no concurso da SES, pois o tempo de espera já supera os três anos, afinal, a homologação do concurso foi publicada em 19 de dezembro de 2014. De acordo com servidores da Pasta, a falta de chamada seria por que o antigo secretário estadual de Saúde, Nelson Barbosa Tavares, não queria.

Anualmente, a SES publica o quadro de vagas do órgão e, em 2017, foi publicado no Diário Oficial nº 9.357, páginas 53 e 54, e a soma das vagas em aberto somavam 645 em um universo de 1.647 vagas prevista, o que representaria que mais de 39% das vagas estaria esperando serem preenchidas.

Se foi publicado em fevereiro do ano passado e já estava desse jeito, imagine como não está a situação na data de hoje. Outro fato revoltante para os que aguardam a chamada é que apenas quatro pessoas foram chamadas no concurso e se sabe que das quatro duas já estavam atuando no órgão.

As nomeações relatadas foram publicadas no Diário Oficial nº 9.483, página 22, e os servidores que já estavam trabalhando no órgão era Janainne Moraes Vilela Escobar e Wagner Martins Goes, sendo que a ligação deste com a “chefia” rendeu inclusive a ampliação da vaga anunciada no concurso, pois foi exclusivamente aumentada para sua nomeação uma vez que ele passou em 2º lugar.

O Blog do Nélio apurou que Wagner Martins Goes está lotado como fiscal de vigilância sanitária na SES, cujo vencimento em novembro de 2017, último mês disponível no Portal da Transparência do Governo do Estado, foi de R$ 5,5 mil, conforme pode ser constado no print publicado na matéria. Já a servidora Janainne Moraes Vilela Escobar ocupa os cargos de fiscal de vigilância sanitária e de assistente na SES, cujo vencimento no mesmo período foi de R$ 7 mil.