Ex-prefeito de Coronel Sapucaia preso no Paraguai por assassinar radialista é extraditado para MS

O ex-prefeito de Coronel Sapucaia, Eurico Mariano, 67 anos, que foi condenado em 2007 pelo homicídio do radialista Samuel Román ocorrido no ano de 2004, foi extraditado e entregue ontem (11) para a Polícia Federal de Mato Grosso do Sul pelas autoridades do Paraguai, onde tinha sido preso em 2017 pela Interpol na cidade paraguaia de Capitán Bado, que faz fronteira com Coronel Sapucaia.

O ex-prefeito foi entregue às autoridades brasileiras no Aeroporto Internacional de Luque, cidade que faz parte da grande Assunção, e transportado em uma aeronave da Polícia Federal até a cidade de Ponta Porã (MS). No Brasil, ele deve cumprir uma pena de 17 anos de prisão por ordenar o assassinato do radialista paraguaio Samuel Román.

A extradição de Mariano foi cumprida um ano e cinco meses depois de ele ter sido capturado na cidade de Capitán Bado, onde estava escondido sob a proteção de um pequeno exército de homens armados. Eurico Mariano foi prefeito da cidade de Coronel Sapucaia, na fronteira com Capitán Bado, até 20 de abril de 2004, quando ordenou a morte a tiros de Samuel Román, que trabalhava em uma estação de rádio na cidade e era muito crítico da sua administração.

Além disso, o radialista paraguaio denunciou a existência de uma estrutura corrupta que envolvia o ex-prefeito e seus principais secretários. Depois de uma série de ameaças, o comunicador foi morto a tiros em uma emboscada habilmente preparada por pistoleiros. Após o incidente, o suspeito foi preso por um breve período, mas conseguiu obter medidas alternativas para a prisão enquanto durasse o julgamento, mas, quando foi considerado culpado, a Justiça brasileira aplicou uma sentença de 17 anos.

Antes do cumprimento da sentença, Mariano escapou de sua cidade e se escondeu em solo paraguaio, onde permaneceu por mais de uma década. Durante este período, a Justiça tinha reiterado o mandado de captura internacional contra o condenado, até que, finalmente, na manhã de 30 de agosto de 2017, ele foi pego por uma brigada da Interpol, aproveitando-se de uma negligência dos seus capangas.

Mariano foi transferido para a capital do Paraguai e enviado para a prisão de Tacumbú durante o processo de extradição, que foi finalmente ordenado em 15 de setembro do mesmo ano pelo magistrado Alcides Corbeta. No entanto, somente na manhã de ontem (11) que o condenado foi enviado para Mato Grosso do Sul, onde ele deve cumprir os 17 anos de prisão.