Escalada da violência continua no Estado com 598 mortes violentas no ano passado

Dados inéditos do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que foram divulgados nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que, em 2015, foram registradas 598 mortes violentas em Mato Grosso do Sul. O número é 7,4% menor que o registrado em 2014, quando 646 pessoas tiveram mortes violentas.

Na prática, esse volume representa uma pessoa assassinada a cada 22 horas no Estado. Os números incluem homicídios dolosos, latrocínios, lesão corporal seguida de morte, mortes de policiais em confronto e mortes provocadas por intervenção policial, que configuram as mortes violentas.

Do total de mortes, 556 são classificadas como homicídios dolosos, 36 por latrocínios, seis por lesão corporal seguida de morte, 45 provocadas por intervenção, além de nove mortes de policiais em confronto com bandidos.

Dados nacionais

No Brasil, cerca de 160 pessoas foram assassinadas por dia em 2015, uma pessoa a cada nove minutos. No total, 58.383 pessoas foram mortas violentamente e intencionalmente no País, retração de 1,2% em relação a 2014.

Os dados de homicídios dolosos, latrocínios e mortes provocadas por intervenção, que configuram as mortes violentas, foram obtidos via Lei de Acesso à Informação pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, autor do anuário que será divulgado no dia 3 de novembro.

De janeiro de 2011 a dezembro de 2015, 278.839 pessoas foram mortas no País, número maior do que o de mortos na guerra da Síria, onde 256.124 morreram no mesmo período, segundo o Fórum. Os números do país do Oriente Médio são do Observatório de Direitos Humanos na Síria e da ONU.

As regiões Nordeste e Norte, por exemplo, seguem com altas taxas de assassinatos. Os primeiros cinco colocados são das duas regiões: Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará.

Pela primeira vez o estado de Sergipe encabeça a lista, com 57,3 mortes violentas intencionais a cada 100 mil pessoas (aumento de 18,2% em relação aos dados do ano anterior).

Já o Estado de Alagoas, que por anos encabeçou a lista, teve redução de 20,8% na taxa, saindo dos 64,1 mortos por 100 mil habitantes para 50,8, a maior queda entre todas as unidades da federação. Mesmo assim, ele é o segundo colocado no ranking.

Nordeste

 Ainda no Nordeste, o terceiro colocado, Rio Grande do Norte, é o que teve maior crescimento na taxa: 39,1%. O Estado passou de 34,9 para 48,6 por 100 mil habitantes.