É pra acabar! Presídio onde 10 morreram executados tinha pés de maconha dentro das celas

Em um novo mandado de busca realizada na manhã de ontem (20) na prisão de San Pedro de Ycuamandyyú, onde membros da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) mataram 10 integrantes do clã Rotela, foram encontradas vários pés de maconha sendo cultivados dentro do presídio.

A requisição de ontem foi a 3ª depois do massacre do último domingo e, desta vez, foram apreendidos mais de 100 facas, 23 telefones celulares e até pés de maconha. A intervenção, realizada por 100 policiais, começou à 1 hora e terminou às 7 horas de ontem, sendo comandada pelos promotores de Justiça Alicia Sapriza, Fani Aguilera e Jorge López.

Alicia Sapriza disse que eles ficaram surpreendidos com a qualidade e variedade de armas brancas dentro das celas. Fani Aguilera anunciou que eles já lidam com vários nomes dos internos do PCC que decapitaram, queimaram vivos, atiraram e esfaquearam os membros do clã Rotela.

O novo controlador do presídio, Ricardo Núñez, anunciou que os agentes policiais continuarão com esse tipo de ação até que a situação na penitenciária seja regularizada. Por outro lado, os ministros do Supremo Tribunal de Justiça do Paraguai, Antonio Fretes e Manuel Ramirez Candia, reuniram-se ontem no Palácio da Justiça, em San Pedro de Ycuamandyyú, com os juízes da comarca local para tratar das mortes durante a rebelião.

Eles também ouviram o juiz Nestor Arévalos, que foi quem assinou a ordem para o poderoso traficante de drogas Victor Britez Aranda, mais conhecido como “Chapaló”, passar a viver em um sistema completamente aberto em uma “fazenda” ao lado do presídio. O criminoso foi condenado em 2014 a uma sentença de 26 anos de reclusão e nas instalações onde vivia em total liberdade também estava o narcotraficante Tranquilino Anjo Gimenez, que em 2011 foi condenado a 21 anos de prisão.

Também viviam na “fazenda” ao lado do presídio os internos Gustavo Paoli Ramón Paredes e Juan Ramón Benítez Guerrero, que cumpriam pena por lesões graves e homicídio, respectivamente. Esses dois viviam na “fazenda” com a permissão do agora ex-diretor da prisão, Wilfrido Quintana, que fora recomendado pelo congressista Colorado Freddy D’Ecclessis.