É brincadeira! Empresa paraguaia dono de cigarros apreendidos na fronteira quer devolução de produtos

A empresa Distribuidora de Cigarros Liza S/A, de Salto del Guairá, no Paraguai, pediu ao Ministério Público a libertação dos funcionários presos por suposto contrabando e o retorno da carga de cigarros, bem como dos seus cinco caminhões, apreendidos em uma fazenda localizada em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã (MS), e que pertence ao narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão.

Para fazer a reivindicação, a Liza transferiu toda a responsabilidade da irregularidade para outra empresa. O advogado Jorge González Brítez, em nome da Distribuidora Liza S/A, cujo proprietário é Alcides Rubén Frutos Arana, apresentou um relato no Ministério Público em explica como a grande quantidade de cigarros estava em Pedro Juan Caballero, onde foi apreendida em uma operação executada na última quinta-feira (07).

No procedimento policial, 28 pessoas foram detidas, sendo que elas estão presas depois de serem imputadas por contrabando pelos promotores Hugo Volpe e Alicia Sapriza. A Distribuidora Liza S/A alega que comprou uma grande parte dessa carga da empresa Tabacalera del Este SA (Tabesa), pertencente ao presidente Horacio Cartes e que atua em Hernandarias.

Os cigarros foram depositados nas instalações da Distribuidora Liza S/A, no Salto del Guairá, até serem revendidos à empresa Distribuidora SM S/A, que supostamente opera em Pedro Juan Caballero. O advogado González disse que a Distribuidora SM S/A pagou o frete para que a Distribuidora Liza S/A enviasse os cigarros para o depósito, que seria a fazenda de propriedade de Pavão, mas que estaria alugada para a empresa.

A Distribuidora Liza S/A indica que vendeu à SM Distribuidora S/A, no total, 375 caixas de oito cigarros, 400 caixas de Te Box, 60 caixas de jogo e 1.830 caixas de San Marino, todas essas marcas produzidas pela Tabesa. Além disso, a empresa afirma que as 2.415 caixas de cigarros Gift encontrados no mesmo local foram compradas pela Distribuidora SM S/A, mas junto à empresa Dharma S/A, de Ciudad del Este, embora a Distribuidora Liza S/A tenha sido a responsável pelo transporte desse produto nos seus caminhões até Pedro Juan Caballero, com o resto das marcas produzidas pela Tabesa.

O advogado disse que não tinha contrabando porque a mercadoria se movia dentro do território nacional e com prova de venda, que por sua vez foi apresentada aos promotores do caso. Ele também observou que, em qualquer caso, a responsabilidade por qualquer irregularidade no armazenamento dos produtos é da empresa Distribuidora SM S/A, que aparece como inquilino da fazenda.

O advogado Jorge González Brítez ainda mencionou que a fazenda não pertence mais a Pavão e que o Ministério Público vinculou a Distribuidora Liza S/A com o grupo criminoso brasileiro PCC (Primeiro Comando da Capital), mas enfatizou que a responsabilidade pela presença dos membros da facção criminosa na fazenda é da Distribuidora SM S/A. O Ministério Público agora procura determinar quem são os proprietários da empresa Distribuidora SM S/A para tentar esclarecer este caso complexo caso que envolve a companhia do presidente.