Doleiro brasileiro usou nome da mãe morta, da esposa, da sogra e irmão para ‘lavar dinheiro’

O doleiro brasileiro Dario Messer, que está foragido da Justiça brasileira e paraguaia há mais de um mês, não perdoou ninguém no seu esquema de lavagem de dinheiro. Ele usou os nomes de sua mãe já falecida, da sogra idosa, da esposa, dos três filhos, dos irmãos, da própria caseira, do seu administrador no Paraguai, de seus amigos e dos seus secretários.

O doleiro dos doleiros construiu uma gigantesca rede de lavagem de dinheiro em 52 países. Apesar disso, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, que o chamou de seu “irmão espiritual”, mandou que o Seprelad, órgão que trata sobre a prevenção de crimes de lavagem de dinheiro no Paraguai, ignorasse as operações, mesmo com inúmeros alertas do Brasil.
As investigações apontam que Dario Messer não poupou esforços para ascender e se tornar o “doleiro dos doleiros”, lideransi uma organização criminosa que lavou a quantia monumental de mais de US$ 1,652 bilhão. No Paraguai, ele contou com a inoperância da Seprelad, órgão que responde à Presidência da República e ignorou os relatórios de atividades suspeitas (SARS) emitido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNF) e alertas vindos de Brasil.
Ele até usou o nome da sua mãe morta, Fany Messer Katz, para esconder a conta bancária da Muirfield Ltda., uma empresa de fachada que operava em Evergreen, um paraíso fiscal de Antígua e Barbuda Islands. Messer usou essa conta para enviar milhões de dólares do Brasil para as suas contas do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNF), no Paraguai.
No Brasil, ele colocou a mãe como a proprietária de suas empresas abertas para a lavagem de dinheiro. Ela figurou como operadora de negócios em nome da Greenwood Empreendimentos Imobiliários, Doucet Empreendimentos Imobiliários, Beliver Empreendimentos Imobiliários Ltda. E Blostock Empreendimento Imobiliários Ltda.
A senhora Stelzer, que é a sua sogra, também fou colocada como proprietária de uma conta bancária pertencente à empresa Excelsior International. Ele ainda abriu no mencionado Evergreen Bank uma conta no nome dela.
Messer também a colocou como proprietária da Quincy Enterprises sua esposa Rosane Messer, sendo que ela também aparece atrás de várias empresas como a DT – Diatrade Comércio e Indústria Ltda. A esposa de Messer também administrava imóveis e cobrava os aluguéis de uma infinidade de propriedades.
Rosane é uma “socialite” no Brasil, na verdade o casamento se alterna com a celebridade e a nata da sociedade carioca. Em suas casas foram encontradas muitas joias e pinturas valiosas de artistas brasileiros.
Na sexta-feira à tarde, saíram relatórios da Receita Federal do Brasil e aparecem todas as conexões dos contribuintes ligados às empresas.
Mas Messer não só usou sua mãe morta e sua sogra idosa. Ele também usou seus três filhos: Dan Wolf abriu com o primo de Cartes (Juan Pablo Jiménez Viveros Cartes) a empresa Pegasus Inversiones no Paraguai. E no Brasil os três irmãos Messer – Debora, Denisse e Peri – são listados como proprietários da D3M Consulting Empreendimentos e Participações Ltda.
Ele também fez seus filhos abrirem contas no banco Evergreen Bank, nas paradisíacas ilhas de Antígua e Barbuda. Os três irmãos também aparecem na conta da Zetland International Business Ltd 1.
Ele também usou seu irmão José Luiz Messer e Anita Waskman Messer, a quem ele colocou atrás da empresa Wild Seed. Sem contar vários funcionários que trabalhavam em diversos cargos para ele, incluindo uma caseira.