Dois pesos, duas medidas: Justiça condena namorada e funcionário de filho de desembargadora

Enquanto Breno Fernando Solon Borges, 37 anos, filho da desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, é considerado “doente”, a juíza substituta Thielly Dias de Alencar Pithan e Silva, da Vara Única de Água Clara, condenou Cleiton Jean Sanches Chaves, 26 anos, e Isabela Lima Vilalva, 19 anos, por tráfico de drogas e transporte de munição, ambos são, respectivamente, funcionário e namorada do “filhinho da mamãe”.

Cleiton foi condenado a oito anos e dois meses de reclusão, inicialmente, em regime fechado, além de 720 dias-multa, no valor unitário correspondente a 1/30 do salário mínimo vigente, o equivalente a R$ 22,4 mil. Já Isabela teve a pena fixada em sete anos, cinco meses e 25 dias de reclusão, além de multa equivalente a R$ 20,4 mil.

Os dois acabaram absolvidos da acusação de associação para tráfico, porque, segundo a Justiça, faltaram provas. A sentença corresponde a um processo em que Breno também era réu, acusado de tráfico de drogas e armas. No entanto, a Justiça trata o caso do filho da desembargadora separadamente, já que a defesa dele requereu o desmembramento do processo, alegando incidente de insanidade mental.

O MPE (Ministério Público Estadual) entrou com recurso de apelação contra a sentença e solicitou que a juíza reabra o procedimento para que sejam apresentadas as razões pelas quais a acusação não se conformou com a decisão. A Justiça ainda não deu um parecer quanto ao pedido. De acordo com a denúncia, Breno, Cleiton e Isabela foram flagrados transportando 129, 8 quilos de maconha, divididos em tabletes, além de 270 munições intactas, sendo 199 de calibre 762 e 71 de calibre 9 milímetros.

O filho da desembargadora também é apontado como integrante de uma quadrilha, que tinha planos de resgatar um preso no Presídio de Segurança Média de Três Lagoas. O réu que seria resgatado estava, inclusive, com uma pistola dentro da cela. Preso desde 8 de abril, Breno passou pelo Hospital Nosso Lar, em Campo Grande, depois foi para uma clínica de luxo, em Itatiba

(SP), devido à decisão da 2ª Câmara Criminal do TJMS, que permitiu que ele ficasse internado em clínica. Agora ele está em presídio de Três Lagoas.