Dinheiro lavado por doleiro brasileiro no Paraguai veio das Ilhas Virgens via Luxemburgo

O dinheiro que o doleiro brasileiro Dario Messer “lavou” no Paraguai veio da conta bancária de uma empresa offshore das Ilhas Virgens Britânicas. Essa empresa usou um banco israelense em Luxemburgo, de onde eles colocaram milhões de dólares no Paraguai, na maior parte, através do Banco Nacional de Desenvolvimento.

Apesar dos relatos de operações suspeitas do própria BNF e do Brasil, o dinheiro entrou no Paraguai com inegável cumplicidade governamental. O Luxemburgo é um pequeno país no meio da Europa, com apenas 2.586 quilômetros quadrados, porém, da conta 28.971, do Banco Hapoalim, enviou milhões de dólares para o Paraguai para as contas pessoais de Dario Messer e sua empresa Chai S/A, duas das quatro contas abertas no Banco Nacional de Desenvolvimento (BNF).

Somente nesse banco eles movimentaram cerca de US$ 43 milhões. Em nome do próprio Messer, mais de US$ 1 milhão foi transferido entre 2015 e 2016. E, em nome de sua primeira empresa no Paraguai, a Chai S/A (registrada como empresas do agronegócio) alcançou mais de US$ 41 milhões.

Para o transporte, ele utilizou a conta bancária de uma empresa offshore que abriu nas Ilhas Virgens Britânicas, no Banco Bizantine Investments Inc. Em maio de 2016, a representante do banco, Myrna Herbert, advertiu Dario Messer que podia removê-lo do registro, a menos que a empresa nomeasse um representante dentro de 30 dias. No mês seguinte, eles foram removidos da lista.

 

Modus operandi

O Hapoalim Bank é o maior banco de Israel. Em sua filial em Luxemburgo, eles abriram contas para a Bizantine Investments Inc. e, a partir daí, o dinheiro estava sendo transferido via Citibank, de Nova York, para o Banco Nacional de Desenvolvimento do Paraguai. Ou seja, o dinheiro deixou o banco em Luxemburgo, passou pelo Citibank, em Nova York, e chegou ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNF) do Paraguai.

De acordo com um certificado emitido pelos funcionários do Banco Hapoalim em janeiro de 2016, a conta 28.971 da Bizantine teve como beneficiário final Dario Messer. Em 22 de janeiro de 2015 veio a primeira transferência direta para a Messer das Ilhas Virgens. As transferências seguintes vieram do Luxemburgo. Cinco transferências no total vieram diretamente para o seu nome, uma das quais veio via Commerzbank e o resto via Citibank.

O maior lote de transferências foi feito em nome da empresa Chai S/A, empresa que supostamente era uma fazenda de gado. Ninguém notou os volumes gigantescos que ele mudou para o negócio que ele disse que tinha.

As transferências para a Cha S/A também foram feitas principalmente a partir da conta da BIZANTINE INVESTMENTS INC, criada nas Ilhas Virgens Britânicas. Alguns são enviados de uma conta que estaria em nome da mãe de Messer.