Dia amanhece na fronteira sem “nenhuma” novidade: mais 3 assassinatos durante à noite

O descaso com a segurança pública de quem mora na região de fronteira seca entre o Brasil e o Paraguai, mais precisamente nas cidades de Ponta Porã e Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero e Capitán Bado, no Paraguai, é imensurável.

Um retrato disso é que mais três pessoas foram assassinadas nas últimas 24 horas, sendo que desta vez se tratam de dois paraguaios que foram mortos em uma propriedade rural localizada no município de Ponta Porã (MS) e outro em um bar no distrito de Sanga Puitã, na fronteira com o Paraguai.

As duas primeiras mortes foram de dois trabalhadores paraguaios que eram peão em uma fazenda em Ponta Porã, onde forma executados a golpes de faca por desconhecido. Eles foram identificados como Ramão Medina, 53 anos, e Sixto Coronel Aguilar, 48 anos.

Os dois foram encontrados ontem (23) na Fazenda São João da Boa Vista, situada na região de Ponta Porã, pela proprietária do imóvel rural, já sem sinais de vida em meio a uma poça de sangue.

A proprietária da fazenda imediatamente comunicou o fato aos agentes da Polícia Civil, que coordenado pelo delegado Jarley Inácio de Souza e agentes da Polícia Técnica e investigadores se deslocaram ao lugar, onde constataram a execução dos dois trabalhadores.

Um se encontrava caído na cozinha da residência onde moravam e o outro estava deitado na cama. Segundo informações da Polícia, os dois teriam sido executados com a utilização de faca ou facão, durante a madrugada de quarta-feira.

Até o momento a Polícia não divulgou mais informações ou motivo pelos quais eles teriam sido executados, mas o duplo homicídio poderia ter relação com latrocínio, o caso será investigado a fim de que o autor seja preso.

Pistoleiros

 Também na quarta-feira um paraguaio foi executado a tiros por pistoleiros no distrito de Sanga Puitã na fronteira com o Paraguai. Ele foi identificado como Derlis Rene Vallejos Benitez, 23 anos, e foi morto quando estava no bar denominado “Salgados da Leona”, situada no distrito, a 15 quilômetros da zona urbana de Ponta Porã.

A vítima estava acompanhada por mais duas pessoas tomando cerveja, quando teria chegado ao local os pistoleiros em uma motocicleta e o carona teria entrado no interior do bar, onde sem mediar palavras realizou vários disparos de pistola 9 mm contra o paraguaio, que chegou a fugir do pistoleiro, mas foi perseguido até um dos dormitórios do local onde chegou a se esconder em baixo da cama e recebeu os últimos disparos, falecendo de forma instantânea.

Populares alertaram os agentes da Polícia Militar, que chegou ao local e, após constatar a veracidade dos fatos, comunicou o caso aos agentes da Polícia Técnica e aos investigadores da Polícia Civil, que, apoiados pelo delegado Jarley Inácio de Souza, realizaram os procedimentos de rigor e, posteriormente, o corpo da vítima foi entregue aos seus familiares.

A forma como foi executado o paraguaio indicaria um ajuste de contas por ordem do crime organizado que atua na parte da fronteira com o Paraguai.