“Devolvendo as buchas”: Com excessos de bandidos, Paraguai quer acelerar expulsão para o Brasil

O presidente do Paraguai, Mario Abdo, solicitou relatórios dos procedimentos de extradição de várias marginais presos no país vizinho e determinou a aceleração da expulsão daqueles que têm sentenças pendentes em outros países. O ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, junto com sua equipe de inteligência, reuniu-se com Mario Abdo Benitez, no Palácio de López, para discutir várias questões que dizem respeito a segurança do país.

Após a reunião, Juan Villamayor atuou como porta-voz e disse em entrevista coletiva que o Governo solicitou relatórios sobre como são os procedimentos de extradição e, neste contexto, também instruiu que o processo de expulsão de pessoas que têm contas pendentes seja acelerado.

O ministro da Inteligência, Esteban Aquino, também falou sobre isso e mencionou que a preocupação do presidente não é apenas focada em pessoas que têm contas pendentes com o governo brasileiro, mas também nos Estados Unidos. “Há um homem chamado Nader Farhat que tem pendências judiciais em dois Estados dos EUA: Nova York e Flórida. Vamos falar com a Justiça para ver como isso é. Temos de dar uma resposta para a comunidade nacional e à comunidade internacional”, afirmou.

Processos de extradição

As autoridades paraguaias estão analisando 289 pedidos de extradição, principalmente para o Brasil e para a Argentina, conforme informações do Ministério Público. A Justiça também ordenou que os juízes realizassem uma pesquisa de casos ligados às facções criminosas brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).

“No total, 289 causas que estão abertos”, disse o promotor de Assuntos Internacionais, Manuel Doldán, observando que Argentina e Brasil carregam claramente o bastão no topo da lista em termos de número de pedidos de extradição, embora também aparecem Alemanha, República Tcheca, Estados Unidos, Chile e Bolívia, entre outros.

“Assim que os pedidos forem analisados e for comprovada a necessidade de extradição, porque não somos ‘extraditadores’ cego, temos um quadro jurídico que nos guia, faremos todos os esforços para que, o mais rápido possível, o cidadão seja expulso do país. Não só porque faz parte de nossa função, mas porque precisamos para descongestionar as nossas prisões até porque é uma questão de reciprocidade”, disse Doldán.

No entanto, ele reforça que a concessão do pedido de extradição não depende deles, mas da Suprema Corte do Paraguai. “Tenha certeza de que, se as decisões sobre extradição fossem só nossas, o processo seria mais rápido”, disse ao mencionar que recebeu 177 pedidos de cooperação jurídica de outros países, dos quais 127 foram concluídos em 2018. Por outro lado, os promotores paraguaios fizeram 51 pedidos, que na sua totalidade já estão finalizados.

A Corte Suprema de Justiça determinou que os juízes relatassem casos envolvendo supostos traficantes de drogas e membros de grupos criminosos, como PCC e CV. “Foi aprovado como proposto dois ministros uma ordem para informar a todos os círculos eleitorais em vários pontos da realidade e um deles mantém estritamente relacionada com o número de pessoas ligadas a essas duas gangues criminosas internacionais: o PCC e o Comando Vermelho”, disse o secretário geral do Tribunal, Gonzalo Sosa Nicoli.