Depois de quatro meses na prisão, Ronaldinho se fecha, está carrancudo e não é mais o mesmo

O ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho Gaúcho, que no dia 4 de julho completou quatro meses preso no Paraguai juntamente com o irmão Roberto Assis por porte de documentos falsificados, já apresenta sinais de mudanças provocadas pelo cárcere, mesmo alojado em um hotel luxuoso em Assunção, capital do país vizinho.

Sempre alegre e esbanjando um sorriso natural e contagiante, o ex-craque da Seleção Brasileira e do Barcelona, Ronaldinho Gaúcho anda taciturno e pensativo após cumprir mais de quatro meses de prisão provisória e domiciliar no Paraguai. A postura dele mudou radicalmente nos últimos 15 dias e, o outrora centro das atenções, acostumado a dar entrevistas, participar de grupos de pagode nas redes sociais e fazer brincadeiras, está bem mais reservado.

Sua última grande participação na Internet foi no dia 24 de junho, quando enviou uma felicitação pela passagem do aniversário de seu amigo Messi, atual camisa 10 do Barcelona, clube espanhol e mundialmente conhecido. Ronaldinho não está em uma prisão domiciliar qualquer, já que ele e o irmão estão no luxuoso Hotel Palmaroga, no centro histórico de Assunção.

No local, eles têm todo o conforto, como piscina, sauna, TV 4 k de 55 polegadas, mas não pode receber visitas em função da pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19). O hotel está fechado por causa da pandemia e apenas duas suítes estão alugadas, uma para ele e outra para seu irmão. A imprensa tem noticiado que Ronaldinho ocupa a suíte presidencial.

Na última entrevista que concedeu, o jogador disse que não vê a hora de sair da prisão. “A primeira coisa que farei é dar um beijo na minha mãe. Ela vive dias difíceis desde o início da pandemia de Covid- 19 em sua casa”, afirmou. “Depois, terei de absorver o impacto que essa situação gerou e seguir em frente, com fé e força. Foi um golpe duro, nunca imaginei que um dia iria passar por uma situação como essa. Toda minha vida procurei alcançar o mais alto nível profissional e trazer alegria às pessoas”, acrescentou.

Ronaldinho Gaúcho e seu irmão e empresário Roberto Assis foram presos em Assunção no dia 4 de março, sob acusação de entrar em território guarani com documentos adulterados. Eles ficaram presos durante um mês no Grupamento Especializado de Polícia Nacional, um lugar destinado a presos de alto quilate, acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. Em 7 de abril pagaram fiança de US$ 1,6 milhão e foram beneficiados com prisão domiciliar.

O dinheiro foi sacado na Europa, já que Ronaldinho não tinha “cash” suficiente em suas contas bancárias no Brasil. Como não possuíam residência no Paraguai, a solução foi alugar duas suítes neste hotel de luxo. O custo não é baixo, cerca de R$ 2 mil por dia. O hotel possui todo o conforto necessário, mas de que vale isso se a pessoa está privada de sua liberdade?