Após de desfile da PRF, ‘novo cangaço’ ataca banco e impõe ‘cagaço’ na fronteira, R$ 500 mil levados

O cangaço, um fenômeno do banditismo brasileiro ocorrido no Nordeste do Brasil em que os membros do grupo vagavam pelas cidades praticando crimes e causando desordem, está tendo uma nova versão em Mato Grosso do Sul.

Pelo menos é o que parece a ação ocorrida na madrugada desta sexta-feira (5) na cidade de Coronel Sapucaia (MS), onde bandidos fortemente armados com fuzis, escopetas e pistolas calibre 9 mm invadiram a agência do Sicredi, e teriam levado R$ 500 mil.

Estima-se que R$ 500 mil foram levados.

Eles destruíram a entrada da agência, dispararam vários tiros e, depois da ação, fugiram para a cidade paraguaia de Capitán Bado. O assalto ocorreu durante a madrugada e vários tiros de armas automáticas foram disparados, sendo que uma van, ocupada por pacientes que estavam sendo levados para consultas em Dourados (MS), foi atingida por tiros, assim como outros carros que estavam estacionados.

Além da agência bancária, outros estabelecimentos da região central da cidade também teriam sido alvos dos bandidos. Não há informação de feridos e nem se algum valor foi levado do banco.

Novo cangaço

A demonstração de ‘novo cangaço’ pode ser uma represália dos grupos criminosos que agem na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai à ação realizada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na terça-feira (2), quando pelo menos dez viaturas circularam em comboio pelas estradas e ruas do perímetro urbano de Coronel Sapucaia. A tal “operação” não passou de pirotecnia da PRF, que não fez nada além do que um verdadeiro “desfile cívico” e não prendeu ninguém.

Os policiais rodoviários federais quiseram demonstrar força junto ao crime organizado que atua na fronteira – leia-se PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho -, mas se esqueceu que esses criminosos não se intimidam fácil. E o resultado foi esse assalto registrado na madrugada de hoje na cidade.

A mobilização da PRF fez parte do apoio à Operação Ágatha, iniciada segunda-feira (1º) na fronteira pelo Exército Brasileiro, e veículos e pessoas foram fiscalizados na Linha Internacional. O comboio de viaturas circulando pela cidade chamou a atenção dos moradores. “O tempo fechou em Coronel Sapucaia”, escreveram em grupos do aplicativo WhatsApp.

De acordo com a assessoria da Superintendência da PRF, o número de efetivo a mais na região é normal, sem nenhum motivo específico. Em 2018, Coronel Sapucaia e Paranhos apareceram na lista das cidades mais violentas de Mato Grosso do Sul, conforme relatório do Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras). Além disso, a cidade, ao lado da vizinha paraguaia, é base das facções criminosas presentes na fronteira (PCC e CV).