Defesa tenta adiar, mas juiz mantém depoimento de Name. Será que vai falar mais alguma besteira?

Por temor a um novo constrangimento perante juízes e promotores de Justiça, a defesa do empresário campo-grandense Jamil Name, 83 anos, até que tentou adiar o depoimento dele agendado para esta quarta-feira (29), mas o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, negou o pedido e manteve a videoconferência para ouvi-lo sobre a execução do universitário Mateus Coutinho Xavier, 20 anos, morto a tiros no lugar do pai, o ex-capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier.

Segundo informações do site O Jacaré, os advogados já tinham conseguido adiar o primeiro interrogatório, que estava marcado para o dia 24 de junho deste ano, quando o advogado Tiago Bunning alegou que não tinha conseguido comprar passagem para se deslocar até a Penitenciária Federal de Mossoró (RN), a 3.255 quilômetros de Campo Grande (MS). Na ocasião, o magistrado até cogitou desmembrar o processo para agilizar o julgamento, mas acabou suspendendo a decisão.

O juiz Aluizio Pereira dos Santos marcou o interrogatório dos supostos chefes da organização criminosa, Jamil Name e Jamil Name Filho, o Jamilzinho, para esta quarta-feira (29) e, em despacho publicado ontem (27), manteve as oitivas, sendo que o filho fala às 13h30, enquanto o pai às 16h. A estratégia da defesa era postergar os interrogatórios até a instauração do processo de insanidade de Jamil Name, pois, na semana passada, o magistrado suspendeu o terceiro interrogatório do empresário sobre obstrução de investigação de organização criminosa, a pedido dos advogados.

O temor dos defensores é mais declarações polêmicas do empresário, pois, no domingo (26), ele ganhou espaço no Fantástico, da TV Globo, com as declarações polêmicas. Na primeira, diante do juiz e na audiênia de instrução, ele ameaçou de morte um agente do Garras, enquanto na segunda o octogenário ofereceu de R$ 100 milhões a R$ 600 milhões para um ministro tirá-lo da cadeia, onde está preso desde 27 de setembro do ano passado, ou seja, há mais de 10 meses.

Para evitar o interrogatório do empresário sobre o assassinato do filho do ex-capitão da PM, a defesa elencou 15 motivos, mas, apesar de ter alegado para suspender o depoimento em junho, que não tinha comprado passagem aérea para se deslocar até o presídio potiguar, o advogado disse que a entrevista com o cliente não foi possível porque o presídio só permite contato dentro da unidade, mas mediante áudio de voz e vídeo. Ele também não gostou de que a entrevista seria gravada pelo Departamento Penitenciário Nacional.