Contabilidade mortal: Mais um homem é morto na fronteira e ano deve ter recorde de execuções

A macabra contabilidade da morte na região de fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul não para e, na noite de ontem (10), mais uma pessoa foi executada por pistoleiros. Com essa morte, o número de homicídios cometidos por matadores de aluguel na região fronteiriça já está em 154 somente neste ano, sendo 11 em janeiro, 9 em fevereiro, 15 em março, 8 em abril, 9 em maio, 20 em junho, 17 em julho, 12 em agosto, 16 em setembro, 15 em outubro, 16 em novembro e 8 em dezembro.

A última vítima é Cristian Dario Pinazo Rodriguez, 32 anos, mais conhecido como “Cavalo”, que tem várias passagens pela Polícia e foi executado por pistoleiros com cinco tiros de revólver calibre 38. O crime aconteceu na rodovia estadual MS-164, na região do Bairro São Vicente de Paula, em Ponta Porã (MS), por volta das 20 horas de ontem, quando populares alertaram os investigadores do SIG (Setor de Investigações Gerais), coordenados pelo delegado Alcides Bruno Braun, da Polícia Civil de Ponta Porã.

Eles informaram que um homem tinha sido atacado a tiros na entrada ao Bairro São Vicente de Paula e os investigadores foram até o local. Ao chegarem, eles encontraram a vítima sem sinais de vida e, com a ajuda da Polícia Militar, isolaram a área para que os peritos da Polícia Técnica realizassem os trabalhos de praxe.

Durante os procedimentos foram encontradas cinco cápsulas de munição calibre 38 que teriam sido disparadas da arma de fogo pelo pistoleiro, que teve tempo de recarregar a arma e fugir do local possivelmente levando uma motocicleta que seria de propriedade da vítima.

No bolso do homem morto, os policiais encontraram uma receita em nome de Cristian Pinazo, o que indica que a vítima poderia ser o assaltante com várias passagens pela Polícia e identificado como Cristian Dario Pinazo Rodriguez, 32 anos, mais conhecido como “Cavalo”.

Ainda ao lado do corpo, eles encontraram um capacete de motoqueiro, uma faca de cabo branco e algumas caixas de remédios. Populares informaram que apenas ouviram os disparos de arma de fogo e, ao saírem de suas residências, viram um homem caído na beira da MS-164. Após os trabalhos de praxe da Polícia, o corpo da vítima foi encaminhado ao IML à espera dos familiares.

Helicóptero

Também na região de fronteira, um brasileiro morreu após cair com um helicóptero, que, conforme a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai), seria uma “narcoaeronave”. Trata-se do piloto William Willemann Brandão, 28 anos, que tinha vários processos judiciais no Brasil, cujo corpo foi encontrado a cerca de 50 quilômetros de onde o helicóptero do tipo Robinson caiu em Itakyry, no Alto Paraná, no Paraguai.

O ministro da Senad, Arnaldo Giuzzio, reconheceu que não tem controle total sobre o espaço aéreo na fronteira com o Brasil e disse que a região é rota de trânsito dos “narcoaviões”. Ele prometeu um trabalho coordenado com o Dinac e disse que dificilmente o helicóptero que caiu em Itakyry, no Alto Paraná, transporta drogas ou contrabando porque era muito pequeno.

Sobre como o acidente poderia ter acontecido, Giuzzio disse que as primeiras informações são de o helicóptero pode ter sofrido um incêndio durante o voo. O helicóptero caiu na tarde de 8 de dezembro, quando foram registradas chuvas, na área de San Marcos de Itakyry. Willemann Brandão foi encontrado em uma estrada rural na cidade de Gleba 8, em Minga Porã.

O falecido adquiriu a aeronave em 10 de maio de Robson Carvalho da Silva. O helicóptero tinha o certificado de aeronavegabilidade no Brasil, que o autorizava a realizar voos. O helicóptero Robinson R44II foi fabricado em 2008. O general Lino César Oviedo morreu em uma aeronave semelhante.