Célula do PCC no Paraguai ordenou a execução de policial civil com tiros de fuzil AK-47 em Ponta Porã

O assassinato com 30 tiros de fuzil AK-47, calibre 7,62 mm, do policial civil sul-mato-grossense Wescley Dias Vasconcelos, em Ponta Porã (MS), que faz fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, teria sido ordenada pela célula da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) que opera no Paraguai.

Segundo informações da Polícia Nacional do Paraguai, o policial civil executado tinha, horas antes de ser morto, coletado as impressões digitais dos seis integrantes do PCC presos no mesmo dia em Pedro Juan Caballero para comparar com as impressões dos procurados pela Polícia em Mato Grosso do Sul. O ataque brutal ocorreu na terça-feira (06) no Bairro Reno, em Ponta Porã, onde uma célula do PCC em um veículo Honda Civic abriu fogo contra o automóvel onde estava o policial civil, que tinha acabado de chegar a coleta das impressões digitais.

O ataque foi perpetrado com poderosos fuzis AK-47, calibre 7,62 mm, e os tiros mataram o investigador da polícia civil Wescley Dias Vasconcelos, conhecido como “Baiano”, e feriu uma funcionária da Justiça que estava acompanhando o agente. O ataque ocorreu a 2.500 metros da linha internacional que separa o Paraguai do Brasil e a 4.500 metros da Direção da Polícia do Departamento de Amambay, uma propriedade de onde o Departamento de Investigação opera um escritório do qual o investigador brasileiro tinha colhido as impressões digitais dos seis integrantes do PCC que foram presos após duas incursões simultâneas realizadas em Pedro Juan Caballero.

Nessas operações, foram presos os brasileiros Lucas Ferreira da Silva, Raimundo Alfonzo de Carvalho, Víctor Fernandes de Sousa, Leonardo Caio dos Santos, Wellington dos Santos Martines e Isaac da Silva Prado. A missão do policial civil assassinado era verificar as impressões digitais dos criminosos detidos no Paraguai para descobrir suas verdadeiras identidades e fornecer à Polícia Nacional os mandados de prisão pendentes de cada um.

Elementos da Polícia do Paraguai indicaram que tudo sugere que o agente brasileiro já estava na mira do PCC por algum tempo, já que ele estava encarregado de registrar os criminosos do Brasil presos no lado paraguaio. Além disso, o policial participou de várias operações de recuperação de veículos roubados, o que, por sua vez, levou à prisão de membros do PCC.