Caso Dorsa: Homicídio e suicídio estão descartados, laudo pode apontar overdose ou coquetel de drogas

Há exatos 30 dias da morte do médico cardiologista José Carlos Dorsa, cujo corpo foi encontrado no dia 11 de março em uma sauna gay de Campo Grande (MS), a Polícia já tem uma tese para a causa do óbito: overdose de cocaína.

Segundo informações obtidas com exclusividade pelo Blog do Nélio junto à Polícia, após ouvir depoimentos das pessoas que estavam no local no dia da morte e analisar todas a provas coletadas da morte, já foram descartas as hipóteses de homicídio e de suicídio.

Agora, a Polícia aguarda o laudo para ratificar a conclusão de que o médico morreu por uso em excesso de cocaína durante a festa que era realizada dentro da sauna gay ou por um coquetel de drogas. O local estava lotada devido à realização de uma festa recheada com muitas bebidas, drogas e garotos de programada, porém, quando os “clientes” do local ficaram sabendo sobre a morte do médico, saíram correndo e não esperaram a chegada da Polícia.

Essas pessoas foram intimadas a prestar depoimentos à Polícia para ajudar no esclarecimento da morte de Dorsa, que estaria usando cocaína no momento da morte. Além disso, ainda de acordo com informações obtidas com exclusividade pelo Blog do Nélio junto à Polícia, o local indicado pelos funcionários da sauna gay como sendo onde estava o corpo do médico tinha sido adulterado antes da chegada da equipe do Samu.

Outra irregularidade encontrada pelos investigadores da Polícia Civil é que o tal local tinha sido limpo antes da chegada da perícia e por isso não foi possível encontrar vestígio de nada. O médico cardiologista José Carlos Dorsa tinha vestígios de cocaína nas duas narinas, segundo aponta o exame preliminar dos legistas do Imol – Instituto Médico Legal e Odontológico.

Outro ponto revelador dos peritos é que não houve violência física contra Dorsa, como havia sido ventilado no início das investigações da Polícia Civil. A análise do crânio mostra que o corte no supercílio esquerdo foi em decorrência de uma queda após o mal súbito e não provocada por alguma ação mecânica de um possível agressor. Na análise da traqueia do cardiologista, foi encontrado muito líquido, o que significa que ele convulsionou antes de morrer.

Agora, somente os exames toxicológicos poderão afirmar o que Dorsa realmente ingeriu. Os médicos suspeitam que pode ter sido o efeito “Elis Regina”, uma mistura letal de cocaína e álcool que matou a cantora em 1982. Isso pode ter provocado no médico um fulminante ataque cardíaco.

Não está descartada a hipótese de que outros componentes químicos possam ter agravado o estado de saúde do médico, que era cardiopata e tinha, inclusive, necessidade de fazer um cateterismo para avaliar condições de vasos sanguíneos e do próprio coração.

A suspeita que no local havia muita bebida alcoólica parte de que estava sendo realizada uma festa para diversas convidados na sauna, portanto, não era um dia normal. Além disso o estabelecimento ainda mantém um bar que funcionava regularmente.

Máfia do câncer

José Carlos Dorsa era um dos denunciados de envolvimento na chamada “Máfia do Câncer’, com mais sete pessoas. Todos viraram réus em duas ações penais ajuizadas pelo Núcleo de Combate à Corrupção do MPF/MS (Ministério Público Federal) com relação às irregularidades apontadas na Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, ocorrida em 2013. As fraudes na saúde geraram prejuízo de R$ 2,3 milhões.