Capturado envolvido no esquema de lavagem de dinheiro do PCC na fronteira

Um comerciante foi preso em Assunção, capital do Paraguai, por agentes da Unidade de Investigações Sensíveis (SIU), sob suspeita de estar ligado ao esquema de lavagem de dinheiro para a organização criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital). Trata-se de Hugo Ayala René Henry Bastos, 53 anos, que seria gerente de umas das empresas montadas pelo fugitivo Elton Rumich Leonel da Silva, 33 anos, mais conhecido como Galã e que é um dos líderes do PCC no Paraguai.

Segundo a Senad, na casa de Hugo Bastos, foram encontrados inúmeros documentos que o ligam ao líder do PCC no país vizinho. O comerciante preso estava atuando como gerente da ISS International S/A, que é uma das empresas fantasmas ligadas ao PCC e faz parte da estrutura de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas montada por Galã – a outra empresa é a Notle S/A.

A prisão de Hugo Bastos foi na quarta-feira (04/01) durante operação realizada por agentes da Unidade de Investigações Sensíveis (SIU) e liderada pela promotora de Justiça Elva Cáceres. Além de seu cargo na empresa fantasma, o comerciante tem em seu nome mais de G$ 450 milhões em ações da empresa Taita Ju S/A.

Na residência de Hugo Bastos, os policiais encontram muitas provas que o ligam ao PCC. Uma dessas evidências são fotocópias de certificados de identidades paraguaias emitidas em nome de Rolando Rodrigo Benitez, uma das identidades falsas utilizadas por Galã.

Também foi encontrada outra cópia de documento paraguaio em nome de Sergio Denis Serra, além de outras empresas pertencentes a Galã. De acordo com a Polícia, Galã utilizava no Brasil a identidade falsa de Rolando Benitez Rodrigo para estabelecer em 2013 a empresa ISS International S/A, a qual ele continua sendo diretor-presidente.

As informações são de que Galã também usou a identidade falsa de Oliver Giovanni da Silva. No Brasil, ele conta com uma extensa ficha criminal, incluindo um pedido prisão, e, por isso, o traficante foi para o Paraguai utilizando documentos falsos. Ele também é acusado de ser o mandante do assassinato do narcotraficante e contrabandista de armas e munições Jorge Rafaat Toumani, ocorrido em Pedro Juan Caballero, na região de fronteira seca com o Brasil, no dia 15 de junho do ano passado.