Capitão PM preso após denunciar homofobia e parece que tem muita coisa a revelar

Apesar de o capitão PM Felipe dos Santos Joseph, que foi preso no dia 8 de julho após bater boca com o tenente-coronel PM Antônio José Pereira Neto e denunciar homofobia dentro da corporação, ter sido protagonista da história, em nenhum momento falou com a imprensa sobre a situação, obedecendo as normas da corporação. Até o momento, seu advogado Anderson Yukio Yamada é quem tem falado por ele.

No entanto, agora, o Capitão PM entrou com pedido ao Comando-Geral da PM para que ele possa se manifestar publicamente sobre sua prisão e também sobre fatos anteriores e posteriores a isso. Para conseguir ter o pedido atendido, na solicitação Felipe Joseph argumenta que nunca na história sul-mato-grossense um oficial foi preso em flagrante delito e sequer houve também uma prisão nas dependências do Palácio Tiradentes, sede da corporação no Estado.

Entenda o caso

No dia 8 de julho, o capitão PM Felipe dos Santos Joseph foi preso após “dar as costas” para o tenente-coronel PM Antônio José Pereira Neto. Segundo depoimentos dados à Corregedoria, a rivalidade entre o capitão e o tenente-coronel foi motivada por áudio considerado homofóbico em grupo de WhatsApp. O teor não foi divulgado, mas era piada de cunho pejorativo e homofóbico, relacionada à caça por Lázaro Barbosa, no interior de Goiás e havia sido repassada pelo tenente-coronel.

Homossexual dentro de uma corporação conservadora, o capitão sentiu-se ofendido, declarou sua opinião contrária, saiu do grupo e levou o caso ao MPM (Ministério Público Militar). Ele foi chamado para prestar esclarecimentos na sala do superior, supostamente sobre outros motivos, mas Joseph considerou se tratar de coação, negou dar respostas e acabou preso por desrespeitar um superior.

Segundo Felipe Joseph, a ‘pretensa’ recusa de obediência se deu porque ele, educadamente, recusou-se a abordar com o investigado qualquer coisa que não estivesse nos estritos limites do serviço policial e mencionou que, se aquela coação se mantivesse, retirar-se-ia da sala. O advogado do capitão PM explicita ainda que o tenente-coronel PM, valendo-se da sua condição funcional superior, e sob a alegação de ter uma conversa sobre serviço e sobre a relação entre os dois, desejava, em verdade, obter informações acerca das denúncias feitas pelo capitão ao Ministério Público.

O oficial preso passou por audiência de custódia e foi libertado depois que o juiz Albino Coimbra Neto considerou a prisão indevida e não homologou o flagrante. O magistrado entendeu que não houve desobediência, porque o assunto não tinha relação com o serviço militar. “Deve obediência o policial militar a assuntos de seu ofício militar, unicamente. Por isso, preenchidos os requisitos legais, deixo de homologar o auto de prisão em flagrante delito e determino o relaxamento da prisão”, registrou Coimbra Neto. Com informações do site Campo Grande News