Briga de cachorro grande: Rafaat foi morto porque tramava extradição do rival Pavão para o Brasil

O senador paraguaio Robert Acevedo, que é presidente do Congresso Nacional, informou que o narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que está preso em Assunção, teria mandado matar o também traficante Jorge Rafaat Toumani, no dia 15 de junho em Pedro Juan Caballero, na fronteira seca com Mato Grosso do Sul, porque ele estava articulando a extradição do rival para o Brasil.

 Ele disse que, mesmo preso, Pavão continuou controlando o tráfico de drogas do Paraguai para o Brasil, além de ordenar a morte de seus oponentes. “Rafaat foi assassinado porque ele estava tramando a extradição de Pavão para o Brasil em parceria com uma autoridade Paraguai”, afirmou.

 Ainda segundo o senador, Rafaat estava ajudando as autoridades em vários casos, inclusive a Força Tarefa Conjunta (FTC), que combate o grupo EPP em San Pedro, Concepción e Amambay. “Rafaat estava tramando a extradição do rival. Pelo menos essa era sua intenção”, insistiu.

 Acevedo advertiu também que várias outras pessoas estão em risco por causa da vingança de Pavão. “Muitas pessoas estão em situação de risco, todas as pessoas que o denunciaram. Ele é um homem muito perigoso”, afirmou.

 O senador disse que o ministro do Interior também está em perigo porque foi ele quem atuou como procurador na captura de Pavão. “O próprio De Vargas pode estar em perigo porque foi ele quem o capturou em 2009”, reforçou.

 O parlamentar disse que todos aqueles que procuram levar Pavão para o Brasil correm risco de morte e que o narcotraficante está disposto a fazer qualquer coisa para continuar no Paraguai com todos os seus privilégios. “Lá (no Brasil) vão levar ele para uma prisão de segurança máxima porque é altamente perigoso. Infelizmente, no nosso país, ele vive como um rei”, lamentou.

 Para o ministro Francisco de Vargas, as declarações do senador fazem sentido. “Nós não podemos duvidar da credibilidade das informações, pois elas vêm do presidente do Congresso e fazem sentido”, declarou.

Jorge Rafaat foi morto no dia 15 de junho quando seu carro foi atingido por uma rajada de tiros de uma metralhadora .50 em uma rua da cidade de Pedro Juan Caballero, visita da brasileira Ponta Porã.

Um crime considerado cinematográfico que movimentou pistoleiros, armas de guerra e muito dinheiro.