Justiça inocenta empresário acusado de extorsão

A 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) absolveu ontem, dia 08-08, o empresário Thiago Verrone de Souza, acusado pelo Gaeco de orquestrar uma tentativa de extorquir R$ 5 milhões de diretores da empresa CG Solurb, mais precisamento em contatos que teriam sido feitos com Elcio Terra, superintendente da empresa,  que teriam ocorridos em julho de 2015.

O empresário já havia sido inocentado pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, em janeiro de 2016, mas a Promotoria recorreu da sentença.

As denúncia teriam chegado ao Gaeco através do empresário da Solurb.

Todo o procedimento foi comandado pelo então coordenador do Gaeco, promotor Marcos Alex, que depois de esforços que demandaram tempo e dinheiro do órgão, acabou denunciando o empresário para a Justiça.

No Tribunal, a relatora do processo foi a desembargadora Maria Isabel de Matos Rocha e o revisor, o desembargador Geraldo de Almeida Santiago.

Por unanimidade, os desembargadores negaram provimento ao recurso do MPE que se vê derrotado nessa questão. Segundo denúncia da promotoria, o empresário que vinha realizando diversas denúncias relativas a problemas com a licitação milionária para o recolhimento do lixo da Capital,  teria procurado os representantes da empresa para negociar um acordo e desistir da demanda judicial. Em troca deveria receber R$ 5 milhões de reais.

O empresário credita todo o desgaste processual que precisou enfrentar ao longo de mais de três anos a retaliação por ter denunciado as supostas irregularidades na contratação da empresa.

De acordo com Verrone, vão ser tomadas medidas tanto em âmbito criminal, por denunciação caluniosa, quanto no âmbito cível, por danos morais.

Licitação e extorsão

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Verrone teria pedido R$ 5 milhões e depois baixado a oferta para R$ 3,5 milhões, a serem divididos em até 24 parcelas. Apesar do detalhamento sobre dinheiro, os depoimentos não comprovaram veracidade e nem ligação entre outros detalhes alegados pelos diretores sobre a suposta extorsão.

O empresário, segundo o órgão estadual, teria se aproximado de um dos donos da CG Solurb através de um ex-secretário municipal de Infraestrutura, fato também não comprovado.

Consta na sentença em primeira instância que “as declarações de Élcio, a este respeito, além de contraditórias são confusas, porquanto, no GAECO, nada fala ‘sobre ter tomado ciência do valor de R$ 5 milhões’ em conversa que manteve com Semy Ferraz (aliás, vale reafirmar, no GAECO nem sequer citou o nome deste antigo secretário de obras de Campo Grande), deixando claro que só soube do valor no segundo encontro que teve com Verrone no dia 18 de junho, sendo que mudou a versão do depoimento anterior”. Com infos Midiamax.