Bebeu, “apanhou” e matou. Simples assim? Shopping dos Ypês pode ser responsabilizado também pela morte

Marlene de Souza, mãe de Adilson

É papel da defesa se desdobrar para tentar provar a inocência de seu cliente, ainda mais quando envolve sucessivos erros e displicência nas sequências de erros que envolveram a morte de um jovem no estacionamento de um shopping de Campo Grande com um tiro fulminante no peito.

A nova defesa do agente penitenciário federal Joseilton Cardoso, de 33 anos – que está preso desde domingo (24) depois de atirar e matar Adilson Ferreira dos Santos, de 23 anos, sustenta que o profissional atirou contra o jovem porque era espancado por ele depois de uma briga em fila de banheiro.

O advogado José Roberto da Rosa, que representa o agente,  garante que foi legítima defesa.

Mas espera um pouco. O cidadão que ter permissão para andar armado, vai para um show com uma multidão pela frente com uma pistola .40 altamente letal, bebe sabe-se lá o que, vai pra fila do banheiro, se envolve em uma briga, sabe-se lá como, e saca a arma, mata uma pessoa e ainda espera ser libertado como se nada tivesse acontecido?

Nada disso, pelas evidências, inclusive com o protecionismo das autoridades policiais que sequer divulgaram a identidade dele, e pelas próprias palavras do delegado “estaria” com a razão, tudo tem que ser apurado rigorosamente.

Dentro desse contexto, qual a responsabilidade do estabelecimento Shopping dos Ypês também fica evidenciada.

De acordo com a legislação, em locais com aglomerações de pessoas, deve-se disponibilizar cofres para guardar armas e outros objetos dos frequentadores.

Isso não ocorreu, portanto, a vida do jovem Adilson poderia ter sido preservada. Portanto, o estabelecimento também deve ser responsabilizado civilmente nesse caso.

Joseilton afirma que estava em uma fila de banheiro e que Adilson e mais dois amigos furaram a fila. Pessoas teriam reclamado da atitude do trio e uma discussão teve início. O agente federal também se envolveu na briga e afirma ter sofrido uma rasteira feita supostamente por Adilson.

Nesse momento, o jovem e os dois amigos teriam iniciado agressões contra o agente, que estava no chão. Chutes e socos teriam sido dados contra o profissional. Resultados de exames periciais que indicarão a existência das agressões não foram apresentados pela defesa.

Para se defender do espancamento, Joseilton teria pedido para que o trio parasse as agressões, mas sem ter o pedido atendido, decidiu sacar a arma e atirar uma vez contra Adilson. O disparo atingiu o tórax da vítima, que morreu no local.

Tá bom, Senhor Joseilton, se o senhor estava armado poderia mostrar preparo e ao invés de se envolver em briga, chama-se a segurança do local para resolver o caso e não transformar algo banal em morte e sofrimento.

Para se defender do espancamento, Joseilton teria pedido para que o trio parasse as agressões, mas sem ter o pedido atendido, decidiu sacar a arma e atirar uma vez contra Adilson. O disparo atingiu o tórax da vítima, que morreu no local.

Outro fator que não pode ser levado em conta. O fato que os agentes penitenciários federais estão sendo alvo de retaliações de facções. Fique em casa sr Joseilton, você escolheu sua profissão, portanto, assuma os ônus também.

Em razão de Joseilton ainda estar no período de estágio probatório, que é de 3 anos, ele não voltará a atuar como agente penitenciário e deve ser exonerado da função pela União. “Meu cliente está nesse momento com a carreira encerrada”, completa o advogado.

A família chora e conta outra versão

A mãe do jovem, Marlene Souza Silva, de 44 anos, disse que esta era a primeira vez que o filho saia para um show.

De família evangélica, Adilson era um rapaz tranquilo e estava a menos de um ano morando em Campo Grande após vir embora de Santa Catarina, diz a mãe que chorava a morte do único filho.

Familiares afirmaram que o corpo foi retirado do local do crime, por volta das 5 horas, depois que o palco foi desmontado. A vítima trabalhava em obras e é pai de uma recém-nascida que não conheceu. A criança mora em Santa Catarina e Santos estava com viagem marcada para conhecer a filha.

Um dos primos de Adílson disse que ele encontrou o agente em um banheiro feminino com a porta entreaberta e pensando estar passando mal tentou ajudar, quando foi empurrado pelo autor que em seguida efetuou o disparo, que atingiu o tórax da vítima