BBB do mal! Vida de político é muito dura! Dagoberto é hostilizado só porque quer mais grana para partidos

A decisão de ter votado a favor do aumento das verbas públicas destinadas às eleições, o famoso Fundo Eleitoral, não está rendendo bons frutos para o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT/MS). Ao embarcar ontem (9) no Aeroporto Internacional de Campo Grande (MS) para Brasília (DF), o parlamentar foi duramente hostilizado por um cidadão e toda a ação foi gravada em vídeo, que acabou “viralizando” e correndo os grupos de WhatsApp e demais mídias sociais.

No vídeo, é possível ver o passageiro indignado criticando a postura de Dagoberto Nogueira na sala de embarque do aeroporto, que estava lotada. O homem não identificado questionava o fato de as campanhas de 2020 serem bancadas com dinheiro retirado da saúde e educação.

“Vocês são inimigos da nação brasileira. Essa é minha revolta”, disse o cidadão antes de ser aplaudido. Nas imagens, Dagoberto balança a cabeça e murmura algo em sua defesa, mas não rebate o passageiro.

Mais tarde, ao ser ouvido pela imprensa, ele afirmou que não é favorável ao uso de dinheiro de ministérios para campanha eleitoral. “Ninguém votou nada em relação a isso ainda. Deve ir a plenário essa semana. Somos a favor do fundo eleitoral, mas não que tire dinheiro da saúde e da educação. O que somos contra são financiamentos feitos pela JBS, Camargo Corrêa”, disse o deputado, citando empresas privadas.

Em novembro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou alguns trechos da minirreforma eleitoral, impedindo entre outras coisas que o Congresso aumentasse o fundo partidário como bem entendesse. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, Dagoberto estava entre os parlamentares que são favoráveis a derrubar o veto, junto de Fábio Trad (PSD), Vander Loubet (PT) e o senador Nelson Trad (PSD).

Os parlamentares deram aval para que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aumentasse, na quarta-feira (4), o fundo eleitoral para 2020 de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,8 bilhões. Para garantir mais dinheiro aos candidatos, foram retirados recursos das áreas de saúde, educação e infraestrutura, que já estavam no planejamento orçamentário do próximo ano.

Houve redução de R$ 1,7 bilhão nas despesas de 15 ministérios e os maiores cortes foram em saúde (R$ 500 milhões), infraestrutura e desenvolvimento regional (R$ 380 milhões), que inclui obras de habitação e saneamento. Na educação, o corte foi de R$ 280 milhões. Esse relatório preliminar da CMO, com aumento de R$ 1,8 bilhão para o fundo eleitoral a ser usado na disputa municipal do ano que vem, só pôde ser aprovado porque no dia 27 do mês passado o Congresso derrubou sete vetos do presidente Jair Bolsonaro à minirreforma eleitoral, que havia sido aprovada em setembro.

Entre eles, o que impedia os parlamentares de aumentarem o quanto quisessem o fundo eleitoral, destinado a financiar as campanhas políticas. Foram 267 deputados e 49 senadores favoráveis à possibilidade da elevação do recurso a ser usado na campanha eleitoral. Já os deputados Dr. Luiz Ovando (PSL), Bia Cavassa, Beto Pereira e Rose Modesto (os três do PSDB) e as senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL) votaram naquela data contra o aumento do fundo.