Áudio revela pedido de propina de policiais do Paraguai a parentes do narcotraficante Matrix

Um áudio expõe dois policiais de Ko’ê Porã, no Distrito de Villa Ygatimí, falando sobre uma suposta cobrança de propina de um parente do narcotraficante brasileiro Thiago Ximenes, mais conhecido como “Matrix” e apontado como um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), que foi preso na sexta-feira (8).

O áudio envolve um vice-comissário chamado Palacios e um suboficial chamado Mareco, que supostamente falavam de um pedido de dinheiro a uma pessoa próxima a Thiago Ximenes. No áudio Palacios é ouvido do minuto 7 ao minuto 8 e será enviado ao Gabinete do Procurador de Justiça do Paraguai.

A outra pessoa por trás do áudio pede tempo para falar com “o amigo” que seria primo da Matrix, que deve entregar o dinheiro. Em outro áudio, um dos policiais afirma que nunca se contataram para especificar a entrega do suposto suborno em troca do “resolver o problema” do narcotraficante.

A esse respeito, Juan Ernesto Villamayor disse que já ordenou à Polícia que ambos os oficiais fossem removidos de seus cargos e transferidos para Assunção. Ele explicou que durante a operação de captura Matrix tinha uma preocupação de que o pessoal da polícia local acessasse as informações e que uma emboscada pudesse ser feita aos agentes especiais.

“O problema sério é que membros da mesma força (polícia) são aqueles que informam ao tráfico de drogas o que está sendo feito. Ou a operação é abortada, um procedimento ridículo é feito ou a equipe acaba morta. Isso justifica que eles se tornem operacionais secretos, nos quais os mesmos camaradas não descobrem o procedimento “, disse Villamayor.

Ele informou que os agentes de Polícia ligados ao alegado pedido suborno a um parente de Thiago Ximenes já foram levados para o Grupo Especializado, onde devem permanecer encarcerados. Ao todo são quatro policiais, que já estão detidos e foram levados para o Grupo Especializado, onde permanecerão encarcerados. Os nomes ainda não foram revelados.