Astuto e ligeiro, Corrêa ‘dá balão’ em Onevan e deve ‘bater o ponto’ como presidente da AL

Rápido e ligeiro, o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) conseguiu fazer as articulações necessárias e está praticamente eleito presidente da Assembleia Legislativa para a próxima legislatura que se inicia em 2019. Na verdade, o parlamentar, que exercerá o 7º mandato, deu um ‘balão’ no colega Onevan de Matos (PSDB), fechando acordo com dois blocos para assegurar 12 votos um dia depois de ser indicado pela bancada tucana para concorrer à eleição.

No entanto, a escolha do seu nome deixou Onevan de Matos magoado, que decidiu enfrentá-lo, porém, não tem votos atualmente para ameaçar a vitória de Paulo Corrêa. Além disso, o próprio governador Reinaldo Azambuja entrou no circuito para evitar a proliferação da rebeldia nos blocos, assegurando que o indicado do PSDB seja eleito no próximo dia 1º de fevereiro de 2019.

Tão logo foi confirmado como o candidato dos tucanos para o cargo, deixando Onevan pelo caminho, Paulo Corrêa esteve reunido com os blocos para fechar o cerco e não deixar o “colega” sair na frente. “Nosso grupo conversou com Azambuja e fechamos com Paulo Corrêa”, afirmou Coronel David (PSL) ao jornal Correio do Estado. Integrando bloco de seis deputados, o Coronel disse que está sendo reivindicada a primeira secretaria.

O atual ocupante do cargo, Zé Teixeira (DEM), não está disposto a abrir mão da reeleição, mas o bloco também está determinado a brigar pelo segundo cargo mais importante da Assembleia Legislativa. Azambuja será acionado para ajudar a resolver o impasse. No mesmo dia da escolha de Paulo Corrêa, o governador se comprometeu a buscar apoio para eleição do candidato tucano.

O bloco do MDB, PT e Patriotas (seis deputados) também está reivindicando a primeira secretaria da Assembleia Legislativa. Independentemente de assegurar a vaga, o bloco se comprometeu a apoiar Paulo Corrêa para presidente. O PT não esconde o desejo de ficar com a segunda-secretaria.

Descontente

Derrotado dentro do próprio partido, Onevan de Matos rebelou-se e decidiu ir para o enfrentamento contra Paulo Corrêa, pois considerou falta de respeito da cúpula do partido não o avisar com antecedência da votação. Onevan acusou o ex-secretário da Casa Civil e tesoureiro do PSDB, Sérgio de Paula, de ter escolhido Corrêa e afirmou não pretender deixar o partido, apenas ser a oposição a Corrêa.

“Me coloco à disposição dos colegas, em especial dos que estão chegando, para, se quiserem, formamos uma chapa de oposição àquela que está sendo organizada pelo Sérgio de Paula e consequentemente em nome do governo”, declarou. Onevan frisou que Azambuja tinha prometido não interferir no candidato. “De fato, não interferiu, mas permitiu que as pessoas ligadas a ele fizessem essa interferência”, criticou.

“Eu tive afirmação de dois deputados da bancada que estariam comigo, com isso eu teria a maioria, que seria o Felipe Orro e Marçal Filho. Estivemos eu e Orro em Dourados na semana retrasada, na casa do Marçal, com a certeza de que os três caminhariam juntos”, ressaltou. Porém, o presidente do PSDB, Beto Pereira, foi até Dourados para conversar com o deputado eleito. “Marçal entrou em contato comigo dizendo que Beto iria para Dourados se reunir com ele. Só que não comunicou que junto com ele estaria Paulo Corrêa”.