Após preço do pedágio cair, valor será revisado em janeiro. Só pode ser brincadeira de mal gosto!

Depois de chegar ao fim uma novela que se arrastou por longos 60 dias, que foi a redução média de 53,94% nos valores cobrados pelas nove praças de pedágio da CCR MSVia no trecho da BR-163 em Mato Grosso do Sul, eis que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou a revisão dessa tarifa no próximo mês de janeiro, o que resultará, certamente, em aumento do preço do pedágio.

A retificação do valor pode ocorrer porque a diretoria da autarquia deliberou por fazer uma reunião extraordinária a fim de decidir se as metodologias usadas no cálculo das perdas causadas no asfalto pelo aumento do limite de peso dos caminhões, autorizado pela Lei do Caminhoneiro, estão corretas.

Para a ANTT, estão inconsistentes ambas as metodologias de reequilíbrio aplicadas até o momento pela Suinf (Superintendência de Exploração de Infraestrutura Rodoviária) para compensar as possíveis perdas decorrentes do aumento do custo de manutenção do pavimento.

Na ausência do plano de negócio, parece distorcida tanto a adoção dos custos do Dnit como parâmetro para avaliação do impacto financeiro, quanto a utilização dos custos dos estudos de viabilidade técnicoambiental.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) faz estudos para rever estes critérios a fim de “dimensionar efetivamente os reais impactos negativos no pavimento causados pelo aumento de limite de excesso de peso dos caminhões”, defendendo em seguida a realização de reunião extraordinária da diretoria para deliberar sobre a tarifa, corrigindo distorções “não somente da MSVia, como de outros contratos de concessão de rodovias”.

A proposta – referendada pelos demais diretores da ANTT – foi estipular um prazo de 60 dias para aguardar o estudo. Com base nos resultados, será necessário propor a realização de uma revisão extraordinária da tarifa de pedágio da CCR MSVia e dos demais contratos afetados pela Lei do Caminhoneiro.

Em nota, a CCR MSVia informou que vai recorrer da decisão que reduziu o valor da tarifa de pedágio. “Apesar dos fortes desequilíbrios existentes no atual contrato, a concessionária tem mantido a conservação da rodovia e o atendimento médico e mecânico aos usuários”, alegou a concessionária.