Após 1º semestre com 72 execuções, matança continua na fronteira com mais duas mortes

De 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, o número de execuções na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul totalizou 72 assassinatos, registrando uma média de 12 mortes por mês. Agora, no primeiro fim de semana de julho, foram registrados mais dois assassinatos, elevando para 74 mortes na região neste ano, sendo 11 em janeiro, 9 em fevereiro, 15 em março, 8 em abril, 9 em maio, 20 em junho e 2 em julho.

No sábado (06), em Sete Quedas (MS), foram executados a tiros de pistola calibre 9 mm os brasileiros Geovanne Gasper Neves de Oliveira, 25 anos, e Gladimir Pilonetto Júnior, 36 anos. De acordo com informações do delegado Ulisses Nei de Brito Santos, da Delegacia de Polícia Civil de Tacuru (MS), as vítimas estavam a bordo de uma caminhonete Ford F-1000 próximo a Linha Internacional, na região de fronteira com o Paraguai, quando foram cercadas por pistoleiros em uma motocicleta.

Os homens foram atingidos por vários disparos e morreram antes mesmos de receber socorro médico. Conforme o delegado, no local do crime foram recolhidas várias cápsulas de munição calibre 9 mm, mas não há informação se os tiros são de pistola ou submetralhadora. A “guerra” entre os traficantes de drogas e de armas que atuam na região já contabiliza 74 execuções, número assustador que demonstra o avanço do poder das facções criminosas brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) e o enfraquecimento das forças de segurança, tanto brasileiras, quanto paraguaias.

A ousadia dos pistoleiros é tanta que os assassinatos deixaram de acontecer no período noturno e em locais afastados para serem executados durante o dia e em locais frequentados pelos turistas que vão até Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Um exemplo disso é a última execução, quando pistoleiros mataram, na tarde do dia 25 de junho, no estacionamento do Shopping China, em Pedro Juan Caballero, o ex-policial paraguaio Milciades Barreto Paredes, conhecido como “Pantera”.

Milciades Paredes estava com familiares e no momento em que deixava o Shopping China foi perseguido pelos pistoleiros e alvejado com vários tiros de pistola calibre 9 mm. Outros clientes do shopping entraram em desespero e saíram correndo, temendo serem atingidos pelos tiros, sendo que no momento da execução o movimento era intenso no local. Pantera, que tinha antecedentes por tráfico de drogas e de armas no Brasil, estaria pressionando outros policiais para ser readmitido na Polícia Nacional do Paraguai e, caso contrário, prometia revelar o que sabia sobre o envolvimento dos antigos colegas com o crime organizado.

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