Agora milionário, Bernal está na mira do MP que pede inelegibilidade e bloqueio de R$ 2,5 milhões

Finalmente a casa caiu para o lado do ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP). Como o Blog do Nélio já denunciava no ano passado as inúmeras irregularidades cometidas pelo ex-alcaide, finalmente o MPE (Ministério Público Estadual) decidiu ingressar com mais uma ação de improbidade administrativa.

Desta vez, o Ministério Público acusa Bernal de enriquecimento ilícito enquanto esteve à frente do Executivo Municipal. A investigação da 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, comandada pelo promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, pede o bloqueio de R$ 2,5 milhões de bens e a perda dos direitos políticos.

O procedimento apurou a desproporcionalidade entre o valor da compra milionária de apartamento em 2013, localizado atrás do Shopping Campo Grande, e posteriormente a sua troca por luxuosa casa na Rua Antônio Maria Coelho, demonstrando a evolução do patrimônio declarado pelo então prefeito.

Bernal teria adquirido apartamento no Condomínio Edifício Parque das Nações por R$ 1,7 milhão, e o valor de mercado do imóvel seria de aproximadamente R$ 2,5 milhões. No entanto, nas declarações de bens do progressista feitas à Justiça Eleitoral na eleição de 2010, ele informou ter somente um imóvel residencial no Jardim Paulista, avaliado em R$ 103.676.

Dois anos depois, quando disputou a Prefeitura de Campo Grande, a mesma casa foi listada no valor de R$ 700 mil. A compra do apartamento foi realizada em 22 de março de 2013, três meses após ganhar a eleição, cujo período foi identificado como o de maior evolução patrimonial de Bernal. Conforme o promotor de Justiça, nesta época, a renda líquida foi aumentada em 141%, cor respondente a R$ 327.738,58.

O proprietário do apartamento comprado por Alcides Bernal, Arlindo Seiki Nakasone, afirmou ter recebido R$ 300 mil no momento da venda do imóvel. Outras duas parcelas de R$ 100 mil foram pagas nos dias 15 de fevereiro e 15 de março de 2013, por meio de TED bancário. Já o valor remanescente, de R$ 1 milhão, seria viabilizado por meio de financiamento com a Caixa Econômica Federal.

O então prefeito conseguiu R$ 858 mil para o pagamento. Mas o questionamento da Promotoria de Justiça cai sobre os R$ 642 mil que deixaram de ser pagos ao proprietário. O promotor Marcos Alex pediu a devolução desse montante aos cofres públicos e ainda cobrou uma multa de R$ 1,9 milhão.

A quebra de sigilo fiscal e financeiro do ex-prefeito no período mostrou a incompatibilidade patrimonial para a compra do imóvel. De acordo com os dados obtidos, de 2001 a 2012, a renda líquida de Bernal era de R$ 327.570,29, e de 2012 para 2013 era de R$ 233.209. Bernal ainda trocou o apartamento por uma residência luxuosa na Rua Antônio Maria Coelho, sem compatibilidade com o preço do apartamento.